Investidor se sente mais seguro com assessor humano do que digital, diz pesquisa da Vanguard

Estudo ainda mostra que investidores sentem que assessores humanos agregam mais ao resultado da carteira

Rodrigo Tolotti

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Com o crescimento da tecnologia, tem aumentado o uso de assessores de investimentos digitais, também conhecidos como “robô advisors”, que usam computadores e algoritmos para gestão de carteiras. Porém, um estudo feito pela Vanguard mostra que o assessor humano ainda traz mais segurança para o investidor e consegue agregar mais valor em seus resultados.

A pesquisa, feita com investidores dos Estados Unidos e apresentada durante a Expert XP nesta terça-feira (2), mostra que 93% dos entrevistados que possuem um assessor humano preferem continuar com ele, enquanto 4% querem mudar para o digital, e 3% pretendem administrar seus investimentos sozinhos. Já dos que utilizam atualmente a assessoria digital, 88% consideram mudar para o humano.

Além disso, segundo a Vanguard, que é uma das maiores gestoras de fundos do mundo com US$ 7,5 trilhões sob gestão, o assessor humano traz mais “paz de espírito” para o investidor, com o nível de segurança atingindo o nível de 80%, um patamar 56 pontos percentuais maior em relação aos 24% de segurança que esses investidores têm quando operam sozinhos.

Já para quem utiliza assessor digital, o patamar neste quesito fica em 71%, com uma alta de 12 pontos percentuais sobre os 59% de nível de segurança atingido quando eles investem sem ajuda.

Os entrevistados com assessores humanos ainda apontaram que esse serviço tem um peso de 59% na conquista deles de suas metas financeiras, enquanto para quem utiliza um assessor digital esse percentual é de 50%.

Segundo Paulo Costa, economista comportamental da Vanguard, esses números mostram não só que há uma maior segurança dos investidores com assessores humanos, mas também que há uma diferença de perfil em quem utiliza cada tipo de assessoria.

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A pesquisa mostra que investidores que utilizam o serviço digital possuem mais tempo, disposição e habilidade para gerenciar seus investimentos, além de serem, em média, mais novos. Enquanto isso, investidores que usam o assessor humano são mais velhos e sentem que não têm conhecimento e habilidade pra fazer o gerenciamento sozinhos, além de faltar tempo e disposição para ajustarem as próprias carteiras.

Costa afirma ainda que os dados indicam que, apesar do assessor digital conseguir entregar certos serviços melhor que o humano, como uma uma gestão mais organizada, com maior precisão de informações e diversificação, o fator humano ainda é muito importante no lado emocional do investidor, dando mais segurança.

Diante disso, 84% dos 1.500 entrevistados da pesquisa disseram estar satisfeitos com suas assessorias humanas, valor acima dos 77% contentes com o o digital.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.