Investidor que comprou Bitcoin em 2011 “descobre” que tem fortuna de US$ 3,7 milhões

Naquela época, um Bitcoin valia cerca de US$ 15; hoje, vale pouco menos de US$ 27 mil

Lucas Gabriel Marins

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Um investidor desconhecido que adquiriu 139 unidades de Bitcoin (BTC) em junho de 2011, quando a principal criptomoeda do mercado valia cerca de US$ 15, movimentou pela primeira vez os criptoativos. Hoje, eles valem uma fortuna de US$ 3,7 milhões.

Na manhã desta quarta-feira (17), segundo o agregador CoinMarketCap, um BTC era negociado a US$ 26.855.

De acordo com dados da blockchain, a carteira com os criptoativos não foi movimentada ao longo dos últimos 12 anos. Como o dono das criptos é anônimo, não é possível saber o motivo de ele ou ela ter mexido nos ativos digitais somente agora.

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Segundo especialistas, os motivos que levam alguém a mover criptos após tanto tempo envolvem, por exemplo, a descoberta de BTC esquecidos em um computador antigo, ou o desejo de vender os ativos diante de uma alta — o que não acontece neste momento. Se o desconhecido tivesse vendido as unidades de Bitcoin em novembro de 2021, quando o BTC bateu sua máxima histórica de US$ 69 mil, ele teria embolsado US$ 9,5 milhões.

Vinicius Bazan, analista de criptoativos da Empiricus Research, disse também que, “às vezes, uma movimentação de moedas pode não significar venda, mas, sim, uma mudança de local de custódia ou reorganização de wallets”.

Estefano Debernardi, gerente de desenvolvimento para a América Latina da CoinsPaid, falou que o investidor também pode resolver transferir suas moedas digitais em momentos em que o mercado não apresenta boas condições ou se as negociações não estão indo bem. O objetivo também pode ser “minimizar as perdas”, falou.

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Debernardi disse ainda que as moedas digitais podem ser percebidas de duas formas principais: como investimento (o que tem impulsionado sua adoção massiva) e como um serviço. “Em geral, baseando-me em minha experiência pessoal, cada vez mais pessoas consideram o uso de criptomoedas também como um meio eficaz para efetuar pagamentos em situações do mundo real”.

Até o início do ano passado, quase mil empresas aceitavam pagamentos em criptos.

Oferta antiga

Criptoativos comprados há mais de sete anos são conhecidos no mercado como Ancient Supply (Oferta Antiga, na tradução livre). Somente neste ano, pouco mais de 3 mil unidades, segundo a casa de análise Glassnode, saíram da “hibernação” e foram movimentadas por seus proprietários.

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Até o início deste mês de maio, ainda de acordo com a Glassnode, havia cerca de 4,25 milhões de unidades de BTC dentro dessa categoria, o equivalente a US$ 115 bilhões nos valores atuais. Desses, 1,1 milhão (US$ 29,8 bilhões) seriam do criador da criptomoeda, conhecido pelo pseudônimo Satoshi Nakamoto.

O número atual de BTC em circulação, de acordo com o CoinMarketcap, é de 19,3 milhões. Conforme o white paper (manual) da criptomoeda, apenas 21 milhões de unidades de Bitcoin podem ser mineradas, o que deve ser alcançado por volta do ano de 2140.

Lucas Gabriel Marins

Jornalista colaborador do InfoMoney