Recebi R$ 500 mil de herança; como transformá-los em R$ 1 milhão?

Anderson G. Peres, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF, responde a pergunta de leitor do InfoMoney

Equipe InfoMoney

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Pergunta:

Recebi uma herança no valor de R$ 500 mil. Como investir o montante no longo prazo visando chegar a R$ 1 milhão? Faço uso de CRI’s e FIDC’s ou me mantenho em títulos de renda fixa de bancos menores?

Leitor: Rubens

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Resposta de Anderson G. Peres, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF:

Rubens,

Com o breve perfil que consegui extrair das suas informações, avalio que não precisará desse recurso recebido no curto prazo.

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Nesse caso, entendo que você pode se expor a um determinado risco de mercado e de liquidez, mas não sugiro assumir alto risco de crédito. Por tratar-se de uma alocação de longo prazo, oscilações nos preços (risco de mercado) e eventual dificuldade de vender ou resgatar os títulos (risco de liquidez) não seriam grandes problemas, uma vez que você não tem a expectativa de utilizar o recurso no curto prazo. Sendo assim, tenho duas sugestões de carteira: uma conservadora e outra mais arrojada.

Opção 1:

Aplicar 30% em fundo de renda fixa de longo prazo em crédito privado, com taxa de administração de aproximadamente 0,5% ao ano e rentabilidade entre 102% e 105% do DI.

Outros 35% em títulos públicos distribuídos da seguinte forma: 15% em NTN-B Principal com vencimento em 2019 e remuneração de IPCA + 5,81% ao ano; 15% em NTN-B Principal com vencimento em 2024 e remuneração de IPCA+ 6,24% ao ano; e 5% em LTN com vencimento em 2017 e remuneração de 11,72% ao ano.

E os outros 35% em LCI ou LCA pós-fixada. Nesse caso seu risco de crédito é neutralizado pelo valor que será de aproximadamente R$175.000,00 e é garantido pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito) até o valor de R$250.000,00. Assim, é aceitável que compre de um emissor com rating de risco maior, com uma rentabilidade que pode variar entre 95% a 100% do DI (isento de imposto de renda).

Opção 2:

Aplicar 10% em fundo de renda fixa de longo prazo em crédito privado, com taxa de administração de aproximadamente 0,5% ao ano e rentabilidade entre 102% e 105% do DI.

Aplicar 20% em títulos públicos distribuídos da seguinte forma: 10% em NTN-B Principal com vencimento em 2019 e remuneração de IPCA + 5,81% ao ano; 10% em NTN-B Principal com vencimento em 2024 e remuneração de IPCA+ 6,24% ao ano.

Um montante de 35% do capital aplicado em LCI ou LCA pós-fixada. Nesse caso seu risco de crédito é neutralizado pelo valor que será de aproximadamente R$175.000,00 e é garantido pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito) até o valor de R$250.000,00. Assim, é aceitável que compre de um emissor com rating de risco maior, com uma rentabilidade que pode variar entre 95% a 100% do DI (isento de imposto de renda).

Outros 10% aplicados em um fundo multimercado, preferencialmente com uma boa exposição a moedas estrangeiras, preferencialmente ao dólar.A taxa de administração não deve ultrapassar 1,5% ao ano.

Por fim, aplicar 25% em uma carteira de ações que pague bons dividendos. Caso não se sinta confortável em operar diretamente com esse tipo de aplicação, uma outra opção são os fundos de investimento em ações com taxa de administração que não ultrapasse 1,5% ao ano.

Quanto aos FIDCs, são Fundos de Investimento em Direitos Creditórios, os quais via de regra apresentam um alto risco de crédito em suas carteiras. Não recomendo que aplique diretamente nesses fundos, pois geralmente possuem uma aplicação inicial de alto valor – o que faria sua carteira ficar muito concentrada nesse ativo, e também limitaria suas opções . Normalmente os FIDCs não são distribuídos pelos bancos comerciais no varejo. O fundo de renda fixa sugerido em ambas opções de carteira tem a possibilidade de aplicar parte do patrimônio em FIDC, com percentual de concentração muito menor do que você teria na sua opção inicial, e ainda contaria com o acompanhamento diário do gestor.

Já os CRI´s são Certificados de Recebíveis Imobiliários emitidos por uma securitizadora com base nos valores a receber da venda de empreendimentos imobiliários. Esses títulos apresentam um excelente retorno aos investidores, pois possuem uma alta taxa de remuneração e são isentos de imposto de renda. Porém, geralmente os títulos possuem valor de investimento mínimo de R$ 300.000,00 (o que representa 60% do seu capital) e um alto risco de crédito pois caso os clientes que tenham adquirido os empreendimentos não cumpram os pagamentos com a securitizadora, a empresa pode apresentar problemas em honrar seu compromisso com os investidores.

Anderson G. Peres é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). 

As respostas refletem as opiniões do autor. O IBCPF e o Infomoney não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para onde_investir@infomoney.com.br

Prezado Hildebrand, 

Pouco a pouco é possível ver mudanças significativas no perfil de investimento dos brasileiros. Percebemos, por exemplo, o crescimento do numero de jovens que estão disponibilizando parte de sua renda para se planejar financeiramente para a sua aposentadoria. É um movimento que tende a crescer cada vez mais ao longo dos próximos anos, especialmente com a educação financeira em curso em nossa sociedade. 

 Sua iniciativa é digna de receber elogios e servir de exemplo a outros tantos… 

 Como seu planejamento para esse investimento tem um horizonte de 15 anos algumas observações importantes devem ser feitas. Em uma simulação com um investimento inicial de R$ 10.000 e aplicações regulares de R$ 500, com uma rentabilidade anual de 10%, atingiremos após 15 anos um capital de R$ 242.583, sem considerar a inflação no período. Com esse capital investido é possível viver com uma renda de aproximadamente R$ 2 mil/mês, complementando a sua aposentadoria. No entanto, a pergunta magica é como atingir essa rentabilidade para um baixo risco no investimento. 

 Com as informações presentes não é possível identificar qual o seu perfil de investidor, onde seria possível identificar o quanto de risco você esta propenso a aceitar em sua carteira de investimentos (para saber o seu perfil de investidor é aconselhável buscar sua instituição financeira e responder ao questionário “Suitability”). No entanto, podemos considerar que você segue o padrão brasileiro de conservadorismo em seus investimentos, bastante carregado de “renda fixa” , mas propenso a conhecer novos produtos para pequenos investimentos. 

 Sugiro, para você superar a rentabilidade apresentada na simulação, que divida seu patrimônio em 2 partes. 

 A primeira parte é separar R$ 5 mil inicial e 80% de suas aplicações regulares para um fundo de renda fixa com credito privado que supere consistentemente 100% do CDI. Muitos fundos conseguem superar esse benchmark, e possuem aplicações inicias bastante acessíveis. Prefira esse investimento as NTN-Bs e a sua aplicação em imóveis. 

 Para os outros R$ 5 mil iniciais, e 20 % de suas aplicações mensais (R$100,00), podemos ser um pouco mais arrojados, buscando atingir uma rentabilidade superior do que a renda fixa. Como sua disponibilidade atual é pequena para ser investida diretamente em ações (coma na sua atual carteira de ações de Vale e Itau), uma excelente alternativa são os fundos de ações. 

 Os fundos de ações são, para a grande maioria dos investidores, a melhor alternativa para seus investimentos em renda variável. Apresentam vantagens como liquidez, diversificação e uma gestão profissionalizadas dos seus investimentos. Com ele você estará bem atendido para atingir sua meta de longo prazo na aposentadoria. Procure gestoras com comprovada competência em sua equipe de analise, e fundos de ações que sejam considerados “Ibovespa ativo”, com a intenção de superar o bechmark. Prefira esses as ações propriamente ditas. 

 E lembre-se: o resultado do seu sucesso financeiro também depende de você! 

 *Fabiano Pessanha, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF