Invisto na poupança para juntar dinheiro e colocar na Bolsa; há opção melhor?

Marcos Alexandre Rodarte, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF, responde a pergunta de leitor do InfoMoney

Equipe InfoMoney

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Pergunta:

Tenho 22 anos e, desde os 18, criei um plano para poder guardar cerca de R$ 200 por mês na Poupança. Durante o ano, também guardo as bonificações que recebo da empresa. Acumulo essas quantias para que ao final do ano, ou quando há uma boa oportunidade, eu possa investir em ações.

Onde posso investir para que eu possa aumentar a minha rentabilidade, tendo todas essas quantias poupadas? E se há alguma aplicação que renda mais que a poupança onde eu possa “poupar” este dinheiro e depois de acumular uma certa quantia, investir em outra modalidade?

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Leitor: Herick

Resposta de Marcos Alexandre Rodarte, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF:

Olá Herick,

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Primeiramente gostaria de parabenizá-lo por se preocupar com seus investimentos desde cedo e buscar informações para investir melhor.

Existem boas opções para diversificarmos nossas aplicações em investimentos que rendem mais do que a poupança e com risco baixo, como por exemplo, os títulos públicos do Tesouro Nacional, disponíveis no Tesouro Direto. Há três opções de investimentos nestes títulos: os pós-fixados, os pré-fixados e os indexados à inflação.

Atualmente passamos por um momento de alta da Taxa de juros Selic. O Banco Central é o órgão responsável pela definição desta taxa e que atualmente é de 10,75% a.a. Pelas projeções do mercado, até o final de 2015, os juros serão de até 11,5% a.a.

Diante deste cenário a melhor opção conservadora e com rendimento médio superior à poupança são as LFT’s (Letras Financeiras do Tesouro), que são os títulos pós-fixados do Tesouro e possuem seu rendimento indexado a esta Taxa Selic. No site do Tesouro Direto, o valor de uma LFT, a preços de hoje, é de R$ 6.046,08, porém é possível comprar uma fração mínima de 10% do valor do título, portanto, com R$ 604,60 podemos adquirir parte deste título.

Como você poupa R$ 200,00 por mês, no prazo de três meses de investimento na poupança, pode-se comprar este título e ter um rendimento melhor. Esta modalidade de investimento possui risco baixo, pois o governo é o grande responsável por “honrar” o pagamento dos juros.

Quando investimos em certas modalidades de renda fixa, precisamos nos atentar para os impostos:

• O IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) é devido apenas quando o resgate do investimento for feito em prazo inferior a 30 dias.

• O Imposto de Renda é sempre obrigatório e descontado sobre o lucro do investimento e na fonte. A alíquota é de 22,5% para investimentos de até 180 dias; 20% para 181 a 360 dias; 17,5% para 361 a 720 dias e 15% para investimentos de 721 dias ou mais.

Tomemos, como exemplo, a rentabilidade da LFT no mês passado (Fev/14): 0,7%. Mesmo nos primeiros seis meses de aplicação, no qual o IR é maior, o rendimento líquido, em caso de resgate, seria de 0,54%. Como a Selic está em alta e o IR diminui com o tempo, nosso rendimento líquido tende a ser maior.

Para investir no Tesouro Direto, basta apenas se cadastrar em uma corretora de valores (avaliando os custos de taxa de custódia e corretagem). Caso seja necessário se desfazer do investimento, o Tesouro Nacional recompra os papéis em poder do público todas as quartas-feiras, com exceção das semanas em que há reunião do Copom (Banco Central), quando essas operações são realizadas às quintas-feiras. A liquidez é semanal, portanto.

Com essa estratégia, é possível a cada ano você separar parte dos investimentos e utilizar o mercado de ações para acúmulo de patrimônio a longo prazo, ressaltando que precisamos nos atentar ao seu perfil de investidor: os perfis tendem a ser de quatro tipos: Conservador; Moderado; Arrojado e Agressivo. Por exemplo: no perfil Arrojado o percentual de investimentos em ações é de 15%, enquanto no perfil Agressivo, o percentual de investimento em ações é de 25% do total de investimentos e com prazo superior a três anos.

Conte conosco!

Marcos Alexandre Rodarte é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). 

As respostas refletem as opiniões do autor. O IBCPF e o Infomoney não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para onde_investir@infomoney.com.br

Prezado Hildebrand, 

Pouco a pouco é possível ver mudanças significativas no perfil de investimento dos brasileiros. Percebemos, por exemplo, o crescimento do numero de jovens que estão disponibilizando parte de sua renda para se planejar financeiramente para a sua aposentadoria. É um movimento que tende a crescer cada vez mais ao longo dos próximos anos, especialmente com a educação financeira em curso em nossa sociedade. 

 Sua iniciativa é digna de receber elogios e servir de exemplo a outros tantos… 

 Como seu planejamento para esse investimento tem um horizonte de 15 anos algumas observações importantes devem ser feitas. Em uma simulação com um investimento inicial de R$ 10.000 e aplicações regulares de R$ 500, com uma rentabilidade anual de 10%, atingiremos após 15 anos um capital de R$ 242.583, sem considerar a inflação no período. Com esse capital investido é possível viver com uma renda de aproximadamente R$ 2 mil/mês, complementando a sua aposentadoria. No entanto, a pergunta magica é como atingir essa rentabilidade para um baixo risco no investimento. 

 Com as informações presentes não é possível identificar qual o seu perfil de investidor, onde seria possível identificar o quanto de risco você esta propenso a aceitar em sua carteira de investimentos (para saber o seu perfil de investidor é aconselhável buscar sua instituição financeira e responder ao questionário “Suitability”). No entanto, podemos considerar que você segue o padrão brasileiro de conservadorismo em seus investimentos, bastante carregado de “renda fixa” , mas propenso a conhecer novos produtos para pequenos investimentos. 

 Sugiro, para você superar a rentabilidade apresentada na simulação, que divida seu patrimônio em 2 partes. 

 A primeira parte é separar R$ 5 mil inicial e 80% de suas aplicações regulares para um fundo de renda fixa com credito privado que supere consistentemente 100% do CDI. Muitos fundos conseguem superar esse benchmark, e possuem aplicações inicias bastante acessíveis. Prefira esse investimento as NTN-Bs e a sua aplicação em imóveis. 

 Para os outros R$ 5 mil iniciais, e 20 % de suas aplicações mensais (R$100,00), podemos ser um pouco mais arrojados, buscando atingir uma rentabilidade superior do que a renda fixa. Como sua disponibilidade atual é pequena para ser investida diretamente em ações (coma na sua atual carteira de ações de Vale e Itau), uma excelente alternativa são os fundos de ações. 

 Os fundos de ações são, para a grande maioria dos investidores, a melhor alternativa para seus investimentos em renda variável. Apresentam vantagens como liquidez, diversificação e uma gestão profissionalizadas dos seus investimentos. Com ele você estará bem atendido para atingir sua meta de longo prazo na aposentadoria. Procure gestoras com comprovada competência em sua equipe de analise, e fundos de ações que sejam considerados “Ibovespa ativo”, com a intenção de superar o bechmark. Prefira esses as ações propriamente ditas. 

 E lembre-se: o resultado do seu sucesso financeiro também depende de você! 

 *Fabiano Pessanha, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF