Tenho R$ 100 mil na poupança e consigo poupar R$ 3.500 por mês; onde invisto?

Bruno Nunes de Paula, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF, responde a pergunta de leitor do InfoMoney

Equipe InfoMoney

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Pergunta:

Gostaria algumas informações sobre investimento, pois minha esposa e eu temos R$ 100 mil investidos na poupança e não sabemos onde aplicar este dinheiro para ter uma rentabilidade melhor.

Mensalmente conseguimos aplicar religiosamente cerca de R$ 3.500. Não temos dívidas e o nosso plano é daqui um ano vender o nosso atual apartamento, no valor de R$ 350 mil e adquirir um outro mais próximo do trabalho.

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Leitor: Igor

Resposta de Bruno Nunes de Paula, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF:

Igor,

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É improvável que você encontre em um único investimento estas três características: boa liquidez, baixo risco e alta rentabilidade. Eu classifico essa combinação como a “tríade impossível”. No caso da poupança, por exemplo, você encontra duas dessas qualidades, mas ela deixa a desejar no quesito rentabilidade.

Como você já tem um objeto de consumo pré-estabelecido que é a compra de um novo apartamento em mais ou menos 12 meses, recomendo escolher apenas produtos conservadores nos quais não exista a possibilidade de desvalorização. Sendo assim, podemos assumir que você está à procura de um produto que seja de baixo risco e que tenha um rendimento superior ao da poupança e, seguindo a lógica da “tríade impossível”, é provável que você tenha que abrir mão da liquidez imediata da poupança. Isso não me parece um problema, uma vez que seus planos não exigem liquidez diária.

Analisando a economia brasileira, é consenso entre os especialistas a manutenção ou até mesmo alta da taxa de juros Selic, que hoje possui meta estabelecida pelo Comitê de Política Monetária (COPOM) de 10,50% ao ano. Isso favorece as aplicações que são atreladas ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI), que é uma taxa muito correlacionada com a Selic e que serve como referência para diversas aplicações bancárias. Com uma boa pesquisa em bancos e corretoras, é possível encontrar produtos atrelados ao CDI que superam a poupança sem abrir mão da liquidez, mas é óbvio que ao aceitar um prazo maior de aplicação, é possível ter um retorno ainda melhor.

Infelizmente não é correto dizer qual produto vai ser melhor ou pior para o seu caso, pois isso vai depender da rentabilidade que você negociar com a instituição financeira. Mas visando atender seu interesse de ter uma performance superior à poupança sem abrir mão do risco, considero que o Certificado de Depósito Bancário (CDB) e a Letra de Crédito Imobiliário (LCI) sejam boas escolhas. Sendo assim, o meu objetivo ao longo desse texto é te mostrar qual a taxa mínima você deve exigir para que um CDB ou uma LCI sejam mais rentáveis que a poupança para aplicações entre um ano e dois anos. Vamos às explicações:

• Ao adquirir uma LCI você está comprando um título de renda fixa lastreado em créditos imobiliários que, por sua vez, são garantidos por hipotecas ou por alienação fiduciária de um bem imóvel, com rentabilidade atrelada ao CDI.

• Ao comprar um CDB, você está comprando um título que comprova que você “emprestou” dinheiro para o banco em troca de uma rentabilidade que também costumar ser fixada em um percentual do CDI.

Uma diferença importante é que as Letras são isentas de imposto de renda para a pessoa física, enquanto o CDB se enquadra na tributação regressiva da renda fixa – para seu caso, a alíquota de IR para o CDB deve ficar em 17,5%.

Nessas duas opções, é importante notar que você conta com a mesma proteção da poupança para o caso de falência da instituição financeira, qual seja, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) . Com esse mecanismo, o seu saldo está protegido em até R$250.000,00. Não é por isso que você deve desconsiderar o risco de calote, pois em uma eventual falência de um banco emissor desses títulos, esse processo pode demorar mais do que o esperado e durante esse tempo o seu capital deixa de ser rentabilizado. É por esse risco de calote que os bancos maiores tendem a pagar uma taxa menor para o investidor, pois na teoria são instituições mais robustas.

A fim de te ajudar na negociação dessas taxas, segue o resultado que te informa se a mudança da caderneta será vantajosa para você:

• Considere que o CDI fique constante em 10,24% ao ano, a poupança em aproximadamente 6,50% ao ano e que você invista por pelo menos 1 ano e no máximo 2 anos.

• O CDB será interessante para você quando a taxa oferecida for igual ou maior que 77% do CDI.

• A LCI será interessante para você quando a taxa oferecida for igual ou maior que 65% do CDI.

De acordo com o seu capital, é possível que você consiga taxas próximas à 85% do CDI em um banco de primeira linha para a LCI e 95% do CDI para o CDB. Nesse caso, a letra seria mais vantajosa devido a isenção do imposto de renda, rendendo aproximadamente 8,70% ao ano contra algo próximo de 6,50% da poupança e 8,02% do CDB. Se possível, pergunte ao profissional responsável sobre a possibilidade de alocar os aportes mensais na mesma aplicação que você destinou o capital de R$100.000,00, garantindo que todo seu capital esteja aplicado à uma mesma taxa.

Seguindo essas dicas você estará agindo de forma sensata, sem correr riscos e tendo retorno superior à poupança.

Bruno Nunes de Paula é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). 

As respostas refletem as opiniões do autor. O IBCPF e o Infomoney não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para onde_investir@infomoney.com.br

Prezado Hildebrand, 

Pouco a pouco é possível ver mudanças significativas no perfil de investimento dos brasileiros. Percebemos, por exemplo, o crescimento do numero de jovens que estão disponibilizando parte de sua renda para se planejar financeiramente para a sua aposentadoria. É um movimento que tende a crescer cada vez mais ao longo dos próximos anos, especialmente com a educação financeira em curso em nossa sociedade. 

 Sua iniciativa é digna de receber elogios e servir de exemplo a outros tantos… 

 Como seu planejamento para esse investimento tem um horizonte de 15 anos algumas observações importantes devem ser feitas. Em uma simulação com um investimento inicial de R$ 10.000 e aplicações regulares de R$ 500, com uma rentabilidade anual de 10%, atingiremos após 15 anos um capital de R$ 242.583, sem considerar a inflação no período. Com esse capital investido é possível viver com uma renda de aproximadamente R$ 2 mil/mês, complementando a sua aposentadoria. No entanto, a pergunta magica é como atingir essa rentabilidade para um baixo risco no investimento. 

 Com as informações presentes não é possível identificar qual o seu perfil de investidor, onde seria possível identificar o quanto de risco você esta propenso a aceitar em sua carteira de investimentos (para saber o seu perfil de investidor é aconselhável buscar sua instituição financeira e responder ao questionário “Suitability”). No entanto, podemos considerar que você segue o padrão brasileiro de conservadorismo em seus investimentos, bastante carregado de “renda fixa” , mas propenso a conhecer novos produtos para pequenos investimentos. 

 Sugiro, para você superar a rentabilidade apresentada na simulação, que divida seu patrimônio em 2 partes. 

 A primeira parte é separar R$ 5 mil inicial e 80% de suas aplicações regulares para um fundo de renda fixa com credito privado que supere consistentemente 100% do CDI. Muitos fundos conseguem superar esse benchmark, e possuem aplicações inicias bastante acessíveis. Prefira esse investimento as NTN-Bs e a sua aplicação em imóveis. 

 Para os outros R$ 5 mil iniciais, e 20 % de suas aplicações mensais (R$100,00), podemos ser um pouco mais arrojados, buscando atingir uma rentabilidade superior do que a renda fixa. Como sua disponibilidade atual é pequena para ser investida diretamente em ações (coma na sua atual carteira de ações de Vale e Itau), uma excelente alternativa são os fundos de ações. 

 Os fundos de ações são, para a grande maioria dos investidores, a melhor alternativa para seus investimentos em renda variável. Apresentam vantagens como liquidez, diversificação e uma gestão profissionalizadas dos seus investimentos. Com ele você estará bem atendido para atingir sua meta de longo prazo na aposentadoria. Procure gestoras com comprovada competência em sua equipe de analise, e fundos de ações que sejam considerados “Ibovespa ativo”, com a intenção de superar o bechmark. Prefira esses as ações propriamente ditas. 

 E lembre-se: o resultado do seu sucesso financeiro também depende de você! 

 *Fabiano Pessanha, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF