Tenho 21 anos e posso investir R$ 1 mil por mês; onde aplico?

Leitor pensa em investir em um prazo de 5 a 10 anos

Equipe InfoMoney

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Pergunta:

Tenho 21 anos e estou cursando o último ano do curso de direito.Com os rendimentos que recebo atualmente, descontados todos os meus gastos mensais, me sobra em torno de R$ 1.000 para aplicações financeiras.

Quais são melhores formas de investimentos fazendo aportes mensais de R$ 1000, sem ter nenhum montante inicialmente guardado, vislumbrando retorno de 5 a 10 anos. Penso em diversificar investindo mensalmente R$ 500,00 em poupança e outros R$ 500,00 em ações, estou correto? 

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Leitor: Felipe

Resposta de Filipe Villegas, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF:

Olá, Felipe!

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Primeiramente deixo aqui os meus parabéns pela inciativa. Quanto mais cedo você começar, melhores as possibilidades de um retorno positivo e de acordo com seus objetivos iniciais. Fico feliz de encontrar pessoas com objetivos “ousados” e que não se preocupam apenas com hoje, mas também com amanhã.

Como você é um rapaz jovem, para investimentos de longo prazo você pode começar buscando por produtos que em teoria rentabilizam melhor em períodos mais longos. Mas lembre-se que o seu principal objetivo nesse intervalo de tempo é superar a inflação, ou seja, não basta ter um resultado nominal positivo, esse ganho precisa ser no mínimo maior que o IPCA (Índice oficial de inflação adotado no Brasil), pois você precisará buscar um ganho real a fim de manter o seu poder de compra.

Antes de falar das alternativas para o longo prazo, quero comentar com você sobre as expectativas para 2014. Esse ano é esperado pelos analistas um movimento de alta para a Taxa Selic, apreciação do Dólar frente ao Real, e um mercado de renda variável (ações) bastante desafiador com base num cenário interno não muito favorável e expectativas ruins por parte dos investidores estrangeiros em relação ao Brasil.

Nesse cenário os investimentos que podem trazer uma boa rentabilidade são aqueles atrelados a Selic, como Fundos DI, LFT (Tesouro Direto), LCI, LCA e CDB-DI. Ambos indicados para um perfil de investidor conservador. Para um perfil mais moderado-agressivo temos os fundos do tipo multimercado que utilizam de estratégias diversificadas e podem investir no exterior e os fundos cambias que são favorecidos pela valorização do Dólar.

Mesmo que seu objetivo seja para um prazo maior, é importante comentarmos sobre as expectativas de curto prazo para que você tenha “pé no chão” e não desanime dos seus objetivos por um possível resultado ruim ou abaixo do esperado em um primeiro momento. Mas pode ter certeza que um bom aconselhamento profissional e o foco no plano inicial irão te ajudar bastante no cumprimento de seus objetivos.

Analisando agora o seu plano inicial que seria de investir R$ 500,00 em poupança e os outros R$ 500,00 em ações sem ter nenhum montante inicialmente guardado eu faria apenas um pequeno ajuste.

Como você tem objetivos para daqui a 5 ou 10 anos (longo prazo), a parte do recurso destinada para a poupança poderia ser melhor aplicada em Tesouro Direto. Você poderia diversificar entre títulos do tipo NTN-B (Inflação) e LFT (Selic). A primeira garante um ganho real se levada até a data de vencimento, pois remunera o investidor com inflação mais um prêmio de juros pré-fixados no momento da compra.

Já a segunda é favorecida pelo cenário de curto prazo que tem uma expectativa de alta para os juros. O investimento em Tesouro direto pode ser feito por compras programadas e tem valor mínimo de R$ 30,00. Dica importante também a ser seguida é sempre buscar títulos cujo vencimento está dentro dos seus objetivos, pois no caso das NTN-B o resgate antes da data de vencimento em alguns casos pode trazer prejuízos.

Assim como a poupança, o Tesouro Direto é indicado para investidores com perfil conservador, pois são considerados pelo mercado como investimento de “risco zero” pelo fato de terem o governo como tomador do recurso.

Em relação à parte dos investimentos em ações você deverá buscar empresas com bons fundamentos, não deixando de lado ação por achar que o preço dela está muito caro. Afinal você poderá comprá-las através do mercado fracionário que permite aquisições a partir de 1 (uma) ação. Também não se esqueça de diversificar seu portfólio escolhendo papéis de diferentes setores.

Pensando em diversificação uma boa opção que você tem é a compra de Exchange Traded Funds (ETF). Caso você não conheça, ETF são fundos fechados que têm suas cotas negociadas em bolsa e replicam uma cesta de ações.

É uma maneira simples de diversificar e economizar nos custos de corretagem. Pois através de uma única compra você tem acesso a uma carteira de ações. Para saber mais visite o site da BM&FBovespa, lá você encontra quais os ativos que compõe cada índice e qual é seu respectivo ETF.

Boa sorte nessa caminha e sucesso!

Filipe Villegas é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). 

As respostas refletem as opiniões do autor. O IBCPF e o Infomoney não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para onde_investir@infomoney.com.br