Economizei para os estudos do meu filho; devo investir em imóveis?

O leitor procura uma boa aplicação que traga rentabilidade para pagar os estudos do filho daqui a 3 anos

Equipe InfoMoney

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Pergunta:

Tenho 40 anos, sou empresário e vivo no interior de São Paulo. Meu filho tem 14 anos  e acaba de se matricular no ensino médio, em uma escola particular, onde estudará pelos próximos três anos.

Atualmente possuo uma reserva financeira de pouco mais de R$ 45 mil, que estava na poupança, e gostaria de uma ajuda ou opiniões de seus especialistas para me orientar sobre o que eu poderia fazer para melhorar esse investimento e garantir uma boa soma para que meu filho possa ter uma certa tranquilidade na época da Universidade.

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Pensei em comprar um terreno aqui em minha cidade, o que tenho visto a valorização enorme, superando muito os índices de quaisquer aplicações financeiras, mas temo por algum revés no mercado imobiliário e perder dinheiro com alguma “bolha”imobiliária como li recentemente.

Leitor: Eliézer

Resposta de Aldo Pessagno, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF:

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Prezado Eliézer,

Primeiro gostaria de parabenizá-lo pela preocupação na formação de uma poupança para os estudos de seu filho. Antecipar-se a necessidades financeiras futuras certamente diminui consideravelmente seu esforço financeiro.

A poupança configura o investimento mais tradicional que temos no mercado brasileiro e é onde milhões de poupadores confiam suas economias. Os principais motivos para isso são: familiaridade, simplicidade, segurança, desconhecimento sobre outros produtos, entre outros. O que acontece é que na grande maioria dos casos, a poupança não é a melhor solução.

Agora, para saber se a poupança é o melhor investimento para o seu caso, primeiro vamos entender como funciona sua remuneração.

Quando a taxa de juros da economia está no patamar de 8,5% ou menos, sua remuneração é de 70% da SELIC. No momento em que essa taxa supera a faixa de 8,5% ao ano, a rentabilidade da poupança passa a ser fixa em 0,5% +TR ao mês, o que equivale a 6,17% ao ano, liquido de imposto de renda.

Como você pode perceber, à medida que a taxa SELIC sobe, a poupança perde atratividade para investimentos tradicionais que acompanham essa subida dos juros. Então, qual seria a solução para você ganhar com essa subida dos juros, mantendo a mesma segurança de uma poupança?

Investir em aplicações de renda fixa pós-fixadas, que acompanhem essa subida dos juros. Aconselho, em especial, a LCI (Letra de Crédito Imobiliária). Esse ativo de Renda Fixa é emitido pelos bancos com o propósito de financiar o crédito imobiliário. Possui isenção de IR para investidores pessoa física, conta com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos até R$ 250 mil (a mesma garantia da poupança), e sua remuneração é atrelada a SELIC.

Há LCIs no mercado que remuneram próximo a 100% da SELIC. Então, só para ilustrar, se você aplicar esses R$ 45 mil em uma LCI durante esse horizonte de três anos, remunerando a uma taxa de 95% do CDI (vou considerar que o CDI permanecerá no nível atual de 10% ao ano), no final do período terá aproximadamente R$ 59.082,00, enquanto que se permanecer na poupança terá R$ 53.854,00.

É preciso atentar também que esse investimento não possui liquidez. Ou seja, você só terá os recursos a sua disposição no vencimento da aplicação, que pode variar de 30 dias a dois anos. Então se certifique de que não precisará desse recurso antes do vencimento.

Quanto a sua pretensão de compra de um terreno, aconselho a deixar de lado essa ideia, pelo menos quanto a esse objetivo. A aplicação em imóveis é de risco e tem um prazo de maturidade mais elevado, o que não condiz com seu prazo de aplicação de três anos. Além disso, o fato de os imóveis terem valorizado na sua cidade nos últimos anos não garantirá que subirão nos próximos. Soma-se a isso, a possibilidade de você não conseguir encontrar compradores para esse terreno daqui a três anos, o que configura um alto risco de liquidez.

Aldo Pessagno é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). 

As respostas refletem as opiniões do autor. O IBCPF e o Infomoney não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para onde_investir@infomoney.com.br