Inflação mais baixa aumenta atratividade de FIIs de “tijolo”; já é hora de comprar?

Programa Liga de FIIs recebeu Arthur Vieira de Moraes, sócio do Clube FII, que acredita na recuperação do segmento

Ana Paula Ribeiro

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A desaceleração da inflação acima do esperado pelo mercado abre espaço para as compras de cotas de fundos imobiliários, em especial os de “tijolo”, que investem o patrimônio diretamente nos imóveis. Na avaliação de Arthur Vieira de Moraes, sócio do Clube FII, é esperada uma recuperação das cotas dessas carteiras.

Moraes foi o convidado da última edição do Liga de FIIs, programa produzido pelo InfoMoney, com apresentação de Maria Fernanda Violatti, analista da XP, e Thiago Otuki, economista do Clube FII.

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de março ficou em 0,71%, ante 0,84% no mês anterior. No acumulado dos 12 meses encerrados em março, o índice oficial de inflação do País acumula uma alta de 4,65%, pouco abaixo do teto da meta para o ano, que é de 4,75%.

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Com a desaceleração, há a expectativa de que o Banco Central (BC) sinalize para uma redução da taxa Selic, atualmente em 13,75% ao ano.

Esse patamar de juros elevados levou a uma desvalorização das cotas dos FIIs de “tijolo”, uma vez que é mais difícil para um gestor conseguir repor os ativos na carteira, dado que o custo do dinheiro está mais elevado.

“Os fundos de tijolo não estão refletindo os preços [dos ativos]. O segmento de galpão segue bem e os de shoppings tem melhorado. Até em lajes corporativas há uma melhora gradativa. Não há um problema no mercado imobiliário. É um problema de precificação”, diz Moraes.

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Após registrar desempenho negativo nos primeiros meses do ano, o Ifix, índice que reúne os FIIs mais negociados da Bolsa, apresenta ganhos em abril. Até o dia 18, o índice acumulava variação positiva de 1,77% no mês.

Os FIIs de logística foram os que mais contribuíram para essa alta, seguidos pelos de shoppings, lajes corporativas e FoFs (fundos de fundos). Por outro lado, os de recebíveis têm tido uma volatilidade maior.

Lajes corporativas, renda residencial: oportunidades?

Otuki, economista do Clube FIIs, lembra ainda que no mercado imobiliário, todos os segmentos apresentaram valorização dos preços em 2022. A exceção foi o de lajes corporativas, que teve uma leve desvalorização, em um momento em que as empresas ainda se adaptam ao retorno ao trabalho presencial ou modelo híbrido.

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“Os demais setores tiveram aumento do valor patrimonial dos imóveis, mas vemos um desconto do preço de tela das cotas, então faz sentido como oportunidade para o investidor”, diz.

Já na visão de Moraes, há uma grande oportunidade de diversificação e ele chama a atenção para os FIIs voltados para renda residencial.

“São fundos que não possuem tanta cobertura, mas estão sendo negociados com preço descontados dos ativos. E aí tem uma perspectiva de crescimento”, diz.

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No entanto, o sócio do Clube FIIs optou por não indicar seus fundos prediletos, apenas disse que tem preferência pelos da Kinea Investimentos.

Mas mesmo em relação aos FIIs de “papel”, o especialista acredita que há boas oportunidades, em especial naqueles que são considerados high grade, ou seja, menor risco de crédito.

“Há CRIs pagando IPCA mais 6,5% e são high grade. E com o preço da cota, o rendimento de um fundo com um papel desse fica muito maior”, explica.

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A entrevista completa com Moraes você confere na edição desta terça-feira (4) do Liga de FIIs. Produzido pelo InfoMoney, o programa vai ao ar todas as terças-feiras, às 19h, no canal do InfoMoney no Youtube. Você também pode rever todas as edições passadas.

Ana Paula Ribeiro

Jornalista colaboradora do InfoMoney