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‘Índice do medo’ mostra investidor otimista com ações nos EUA; isso basta para comprar mais?

VIX está abaixo dos 14 pontos, indicando queda de 40% em 12 meses; dado deve ser analisado com cautela

Ana Paula Ribeiro

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O investidor americano começa o ano mais otimista e mais propenso a tomar risco, ao menos tendo como base os indicadores que acompanham o “medo” dos participantes do mercado. Os índices que medem essa sensação, no entanto, não devem ser utilizados isoladamente na hora de tomar a decisão de aumentar o risco da carteira.

O principal indicador é o VIX (sigla para volatility index). Ele é calculado pela Bolsa de Chicago e leva em conta o desempenho das ações do S&P 500 nos últimos 30 dias. Um índice elevado mostra maior volatilidade e, por isso, esse índice tem o apelido de “índice do medo”.

Quanto mais elevado o índice, maior a intensidade e velocidade de variação das ações do S&P 500 – e maior o “medo”.

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Atualmente, o VIX está em 13,65 pontos, uma queda de 40% em 12 meses – bem longe dos 66 pontos atingidos em março de 2020, no início da pandemia da Covid-19, ou dos 79 pontos da crise financeira global de 2018.

Eduardo Rahal, analista-chefe da Levante, conta que o VIX pode ser utilizado com uma das ferramentas para a tomada da decisão, mas sempre de forma complementar a uma análise mais ampla de determinado ativo. Essa análise mais ampla é necessária porque um índice muito baixo não necessariamente é positivo, já que pode ser um indicativo de que os ganhos já estão próximos ao teto.

“Para exemplificar, feitas todas as demais análises, um investidor pode, por exemplo, identificar uma oportunidade no mercado quando o VIX está demasiadamente alto, ou seja, quando há um medo muito grande no mercado e alta volatilidade. E o inverso também é verdadeiro, ou seja, o investidor pode entender que o VIX em níveis muito baixos pode ser um indicativo de pico no mercado”, diz.

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Otimismo do investidor individual

Mas o VIX não é o único indicador que mostra um maior otimismo do investidor. Uma pesquisa da Associação Americana de Investidores Individuais (AAII) mostra que o sentimento é de extremo otimismo – e a mudança de humores ocorreu em um curto espaço de tempo.

Em 21 de dezembro, o índice da AAII de sentimento de mercado mostrou que os investidores estavam com o maior nível de otimismo dos últimos dois anos e meio.

Nesse indicador, os investidores sinalizam como acreditam que as ações vão se comportar nos próximos seis meses. Uma fatia de 52,9% apostou em alta, o maior nível desde os 53,8% de abril. Houve um recuo na pesquisa mais recente, feita uma semana depois. Ainda assim, a fatia que se mostrou otimista era de 46,3%, acima da média histórica de 37,5%.

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Os investidores também se mostraram mais otimistas em relação aos resultados que irão alcançar até o final do ano. Segundo a pesquisa, 46,9% acreditam que suas carteiras terão resultados melhores que o esperado e 19,6% que o desempenho será “muito melhor”.

Já o índice “Fear and Greed”, da CNN Business, também vai no mesmo caminho. Ele tende a indicar, com base em uma série de de indicadores, como o próprio VIX, quando o mercado está pessimista ou “ganancioso”. Há duas semanas, esse índice está apontando que o mercado está “extremamente ganancioso”. Há um ano, o sentimento era de medo.

Esse otimismo dos investidores têm um motivo, que é a melhora dos dados macroeconômicos dos Estados Unidos, como um maior controle da inflação e a sinalização de que o Fed (Federal Reserve, o bc americano) irá começar a cortar os juros em 2024.

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“Isto poderá revelar-se um vento favorável para as ações dos EUA, especialmente para as empresas de menor capitalização, que tendem a ter um bom desempenho quando a inflação e os ciclos inflacionários atingem o pico e começam a cair”, afirmou, em relatório, Jo Groves, analista de investimentos da Kepler Partners.

Em teoria, a indicação de maior otimismo pode mostrar que há mais investidores com propensão às compras e, por isso, que os preços ainda vão subir, mas, como tudo no mercado, é difícil precisar o momento exato que esse sentimento chegou ao pico.

“A relação entre o VIX e a decisão de alocação em ações é mais complexa do que isso. Embora as mudanças no VIX possam fornecer informações úteis sobre o sentimento do mercado e a expectativa de volatilidade, elas não devem ser usadas isoladamente para tomar decisões de alocação em ações”, reforça Rahal, da Levante.

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Ana Paula Ribeiro

Jornalista colaboradora do InfoMoney