Prejudicados pela deflação, FIIs de recebíveis têm mais um dia de perdas

O fundo imobiliário VBI CRI (CVBI11) encabeçou lista de maiores baixas do dia, com perdas de 4,43%

Wellington Carvalho

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O IFIX – índice que reúne os fundos imobiliários mais negociados na B3 – fechou a sessão desta terça-feira (09) com alta de 0,16%, aos 2.825 pontos. O fundo Kinea FoF (KFOF11) liderou a lista das maiores altas do pregão, com elevação de 3,95%. Assim como na sessão desta segunda-feira (08), os fundos de recebíveis dominaram a lista das maiores baixas de hoje. O VBI CRI (CVBI11) encabeçou a relação com perdas de 4,43%.

Caio Araújo, analista de FIIs da Empiricus, lembra que o desempenho negativo dos fundos de CRI – que podem ser afetados pela deflação no IPCA de julho – já tem sido observado há algumas semanas.

“A volatilidade dos fundos de recebíveis aumentou desde a divulgação do IPCA de maio, que já havia apresentado uma desaceleração em relação aos meses anteriores”, lembra. “O movimento abrange exatamente as carteiras com alta exposição em títulos indexados à inflação”, completa.

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Se os fundos de “papel” – ou de fundos de CRI, como também são conhecidos – surfaram com a alta dos indicadores, o que acontecerá com eles agora que os preços estão caindo? De acordo com analistas ouvidos pelo InfoMoney, a tomada de decisão do investidor dependerá da sua estratégia e do perfil do fundo que possui na carteira.

Maiores altas desta terça-feira (09):

Ticker Nome Setor Variação (%)
KFOF11 Kinea FoF FoF 3,95
BPFF11 Brasil Plural Absoluto FoF 3,81
GTWR11 Green Towers Lajes Corporativas 2,99
RBRL11 RBR Log Logística 2,47
MORE11 More Real Estate FoF 2,44

Maiores baixas desta terça-feira (09):

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Ticker Nome Setor Variação (%)
CVBI11 VBI CRI Títulos e Val. Mob. -4,43
HCTR11 Hectare Títulos e Val. Mob. -3,11
RCRB11 Rio Bravo Renda Corporativa Lajes Corporativas -2,33
TORD11 Tordesilhas EI Títulos e Val. Mob. -1,9
RECR11 REC Recebíveis Títulos e Val. Mob. -1,86

Fonte: B3

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Dividendos hoje

Confira quais são os dois fundos que distribuem rendimentos nesta terça-feira (09):

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Ticker Fundo Rendimento
BPLC11 Basílica Partners Led Corporate  R$  10,97
RMAI11 REAG Multi Ativos Imobiliários  R$    0,26

Fonte: InfoMoney. Tickers com final diferente de 11 se referem aos recibos e direitos de subscrição dos fundos.

Giro Imobiliário: IPCA tem primeira deflação em mais de dois anos; aluguel residencial em SP sobe

IPCA de julho tem deflação de 0,68%, menor taxa desde o início da série histórica em 1980

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) referente ao mês de julho foi divulgado na manhã desta terça-feira (9), apresentando a primeira deflação em mais de dois anos.

Pressionado pela queda nos preços dos combustíveis, em particular da gasolina e do etanol, e da energia elétrica, o IPCA ficou em -0,68% em julho, após a variação de 0,67% em junho. Foi a menor taxa registrada desde o início da série histórica, iniciada em janeiro de 1980. No ano, a inflação acumulada é de 4,77% e, nos últimos 12 meses, de 10,07%.

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As projeções dos agentes do mercado consultados pela Refinitiv variavam entre deflação de 0,3% e 0,8%. A média das previsões apontava para IPCA negativo de 0,65% em julho na comparação com maio. Na base anual, a projeção era de alta de 10,10%.

“A Petrobras no dia 20 de julho anunciou uma redução de 20 centavos no preço médio do combustível vendido para as distribuidoras. Além disso, nós tivemos também a Lei Complementar 194/22, sancionada no final de junho, que reduziu o ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e comunicações. Essa redução afetou não só o grupo de transportes (-4,51%), mas também o de habitação (-1,05%), por conta da energia elétrica (-5,78%). Foram esses dois grupos, os únicos com variação negativa do índice, que puxaram o resultado para baixo”, explica o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

Os preços da gasolina caíram 15,48% e os do etanol, 11,38%. A gasolina, individualmente, contribuiu com o impacto negativo mais intenso entre os 377 subitens que compõem o IPCA, com -1,04 ponto percentual (p.p). Além disso, também foi registrada queda no preço do gás veicular, com -5,67%.

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Aluguel residencial em São Paulo sobe 1,05% em julho, aponta FGV

Os aluguéis residenciais subiram 1,05% em julho, depois de terem recuado 0,31% em junho. Os dados são do Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Em 12 meses, o índice acumulou uma alta de 8,65%.

O IVAR foi criado para medir a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais do mercado de imóveis no Brasil, com informações obtidas diretamente de contratos assinados entre locadores e locatários sob intermediação de empresas administradoras de imóveis. Até então, a FGV coletava informações de anúncios de imóveis residenciais para locação, e não os valores efetivamente negociados.

Quanto aos resultados das quatro capitais que integram o índice da FGV, o aluguel residencial em São Paulo passou de  0,86% em junho para 0,82% em julho. No Rio de Janeiro, o índice saiu de queda de 0,26% para aumento de 0,39% no período; em Belo Horizonte, de redução de 4,12% para alta de 2,49%; e em Porto Alegre, de queda de 0,27% para aumento de 1,07%.

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No acumulado em 12 meses, os aluguéis avançaram 8,99% em São Paulo; 6,31% em Porto Alegre; 9,71% em Belo Horizonte; e 10,41% no Rio de Janeiro.

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Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.