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O Ifix – índice dos fundos imobiliários mais negociados na Bolsa – tem nova sessão de baixa nesta quinta-feira (5). O indicador já acumula seis pregões consecutivos no vermelho.
Às 11h25, o índice dos FIIs registrava baixa de 0,80%, aos 2.999 pontos. É a primeira vez desde o dia 25 de maio de 2023 que o indicador opera abaixo dos 3 mil pontos. No acumulado do ano, o Ifix tem queda superior a 9,4%.
“Uma queda que reflete a expectativa do aumento de juros e a movimentação de parte dos clientes, principalmente aqueles de varejo, de saída dessa classe de ativos”, avalia a equipe de gestão do Hedge Top FoF 3 (HFOF11), em relatório gerencial divulgado nesta quarta-feira (4).
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Os gestores se referem principalmente aos juros longos, que podem ser observados pelo retorno oferecido pelos títulos de longo prazo do Tesouro Direto. Nesta semana, papéis chegaram a pagar até 14% ao ano.
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“Sabemos o quanto é sofrido quando atravessamos esses momentos de ajuste de preços contrário à nossas posições, mas temos convicção que, assim como em 2015 e 2016, o mercado está nos apresentando uma excelente oportunidade para aquisição de excelentes ativos a um preço que nos proporcionará um carrego confortável, ao redor de 11% ao ano em alguns casos e um relevante ganho de capital nos anos à frente quando retornarmos à realidade de uma taxa de juros mais equilibrada”, sugere os gestores do HFOF11.
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O que fazer com os FIIs?
Marcos Baroni, especialista em fundos imobiliários da Suno Research, lembra que o fundo imobiliário é um híbrido entre o mercado financeiro e o mercado imobiliário convencional.
“As coisas vão continuar acontecendo na economia real [independentemente da oscilação na Bolsa”, reforça. “O HGRU11 acabou de vender um imóvel com [um bom] cap rate de 6,5% na economia real, mas no mercado financeiro [a cota do fundo segue caindo]”, explica.
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Professor Baroni cita também o TRXF11, que elevou a estimativa de distribuição de dividendos no fechamento do semestre – sinalizando que a operação do fundo segue normal, apesar da perda de valor na Bolsa.
Mas até antes da análise dos fundamentos dos FIIs – se estão mantidos ou não –, o especialista da Suno sugere ao cotista uma reflexão sobre o próprio perfil de investidor.
“Será que você tolera este tipo de risco embutido no mercado de renda variável”, questionou Baroni, em live no seu canal. “Se o perfil estiver adequado, aí sim revise os fundamentos do fundo e avalie novas compras”, orienta.
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FIIs com um dos maiores descontos da história
Estudo do Canuma Capital Multiestratégia (CCME11) aponta que o Ifix opera hoje com um desconto médio de 13%, considerando o P/VP atual (preço sobre valor patrimonial) de 0,87 – patamar visto apenas em 6% dos pregões desde janeiro de 2017.
O levantamento simulou o retorno de quem hipoteticamente comprou o Ifix neste nível de desconto e observou que, em 97% das vezes, o ganho superou o CDI nos 12 meses seguintes – chegando a 19% contra 11% da taxa dos certificados de depósitos bancários.

Nos quase 8 anos de análise, o investidor com mais ‘sangue frio’ que comprou FIIs em um cenário de maior pessimismo, ou seja, em que o “desconto” medido pelo P/VP do IFIX era acentuado, foi recompensado e teve mais chances de um retorno superior ao CDI, mesmo em uma janela de tempo relativamente curta de 12 meses à frente”, destaca o estudo do (CCME11). “A história nos mostra que nos momentos de maior incerteza são aqueles em que as oportunidades de comprar cotas e portfólios mais descontados aparecem”, finaliza o texto.