Guidance: empresas divulgando as perspectivas para seus negócios

Prática é muito utilizada no mercado norte-americano e começa a ser adotada de forma mais intensa também no Brasil

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Um termo muito comum no mercado de ações norte-americano, e que agora começa a ser utilizado mais freqüentemente no Brasil, é guidance. Para quem não conhece, guidance pode ser definido como o conjunto de comentários que uma empresa faz a respeito das perspectivas para suas atividades.

Os comentários se referem às expectativas da empresa para diversas variáveis, principalmente focando em receitas, indicadores operacionais e lucro. Também são comuns guidances para questões mais amplas, relacionadas às perspectivas para a área de atuação da companhia ou mesmo para o desempenho da economia.

Regra no mercado norte-americano
A popularização dos guidances, principalmente no mercado norte-americano, é um reflexo do desenvolvimento do mercado de capitais. Nos EUA, o guidance é a única forma legal pela qual as empresas podem comunicar suas perspectivas ao mercado. Com isso, fica garantida a igualdade no acesso aos dados para todos os investidores, que podem receber simultaneamente as mesmas informações.

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Este modelo substituiu o anterior, no qual estas informações eram repassadas em reuniões para os analistas de mercado, que, portanto, tinham conhecimento de alguns dados antes do restante do mercado. No Brasil, porém, esta é a forma mais comum, com muitas empresas ainda transmitindo informações para poucos.

Vantagens e desvantagens
O acesso democrático às informações é, certamente, a maior vantagem do guidance. Isso reduz a possibilidade de uso privilegiado de informações, principalmente em mercados que sofrem com excessiva concentração em poucos investidores institucionais.

Outra importante vantagem do guidance é em relação à divulgação das informações, uma vez que permite que todos os agentes trabalhem com as mesmas premissas. Assim, as próprias previsões dos analistas, que usam estas informações como ponto de partida, acabam mostrando menores diferenças entre si, o que reduz a volatilidade do mercado.

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Como desvantagens, caso o guidance não seja utilizado de forma adequada pelas empresas, isso pode gerar desconfiança do mercado, penalizando as ações. Para as empresas, sobretudo no mercado norte-americano, existe também o risco legal de ações na Justiça, caso as previsões não se confirmem. Isso, inclusive, tem levado algumas empresas nos EUA ao abandono da prática de divulgação de guidance.