Guiado por blue chips, Ibovespa registra ganhos de mais de 1% buscando “alívio”

Reunião do Fomc será iniciada nesta data e investidores brasileiros seguem na expectativa pelo início da temporada de resultados; nenhuma ação registra queda

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após não conseguir evitar a sua sétima sessão de perdas em oito pregões na véspera, o Ibovespa abre a sessão desta terça-feira (28) em alta, em um movimento de “trégua” após a forte aversão ao risco do mercado – e, principalmente, para os emergentes -, nas últimas semanas.

O mercado segue na expectativa pelo início da temporada de resultados, que se inicia com a Cielo (CIEL3), além de uma agenda recheada tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, com destaque para o início da reunião do Fomc (Federal Open Market Committee) cuja decisão será conhecida na próxima quarta-feira (28). Às 10h22 (horário de Brasília), o benchmark da bolsa registrava ganhos de 1,36%, a 48.350 pontos. 

E o dia positivo é impulsionado pelos ganhos de Vale (VALE3, R$ 31,74, +1,99%; VALE5, R$ 29,13, +2,07%) e Petrobras (PETR3, R$ 14,33, +2,21%; PETR4, R$ 15,35, +1,59%), que apontam para um movimento de recuperação em meio às fortes quedas dos ativos das duas companhias, que correspondem a cerca de 20% do índice. As ações da petrolífera registram perdas mensais de 10% e, da mineradora, queda de 11%. O mercado segue ainda na expectativa pelo início da temporada de resultados, com a divulgação dos números da Cielo após o fechamento do mercado; a ação da companhia registra ganhos de 1,38%, a R$ 63,87. E, em um dia de repique para o índice, nenhuma ação registra perdas. 

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Agenda agitada no Brasil e EUA
E o noticiário é agitado, tanto no cenário interno quanto no internacional. No Brasil, as questões devem ficar centradas para o governo, em meio a uma nova estratégia para a definição da meta fiscal da União. A equipe do secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, fez uma sondagem com economistas coletando valores vistos como factíveis e críveis. A meta estaria entre 1,7% e 1,9% do PIB (Produto Interno Bruto).

No exterior, o dia é de cautela com o início da reunião de política do Federal Reserve, a última sob o comando de Ben Bernanke. A expectativa de boa parte dos economistas é de que haja uma nova redução no programa de compra de títulos pela autoridade monetária no valor de US$ 10 bilhões mensais, passando para US$ 65 bilhões. Além da reunião do Fomc, destaque para a divulgação de Durable Good Orders e Consumer Confidence, ambos referentes ao mês de janeiro nos EUA.

Dia é de cautela na Ásia e Europa
Na Ásia, após sessões de grandes perdas, os principais índices acionários fecharam o dia sem uma direção única. O Nikkei, benchmark japonês, alternou o dia entre altos e baixos, e fechou o dia com leve perda de 0,2%, com a moeda do país mais fraca em relação ao dólar. O último iene foi negociado a 102,7 por dólar. 

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Já na China, a decisão do Banco Central Chinês de injetar fundos em mercados interbancários, acalmou os investidores em relação a uma nova crise de liquidez, apesar do temor criado pelo próprio banco após a suspensão de transferências de dinheiro.

Os investidores seguiram cautelosos com os dados divulgados no qual mostram uma desaceleração do lucro industrial do país. Em dezembro, os lucros industrias subiram 6%, ante 9,7% no mês anterior. 

Ao final do pregão, o índice de Shangai Composto registrou ganhos de 0,26%, enquanto o Hang Seng terminou o dia com leves perdas de 0,07%. 

Já na Europa, o dia é positivo para os principais índices acinários do continente, mas os investidores seguem de olho na reunião do Federal Reserve. O índice FTSEurofirst 300 iniciou o dia com alta de 0,4% a 1,293.93 pontos. 

Os mercados do continente seguem cautelosos após as moedas de países emergentes sofreram uma alta desvalorização e derrubaram as ações dos principais índices acionários mundiais, após decisão do banco central argentino de afrouxar sua política de controle cambial. 

Outro fato que permeia a visão do investidor nessa terça-feira é o dado divulgado pelo ministério do trabalho francês que registrou um novo aumento na taxa de desemprego do país. O número de pessoas que não possuem emprego no país subiu 0,3 ponto percentual. Do lado positivo, chamam a atenção os números do PIB britânico, que registrou em 2013 o ritmo anual de crescimento mais rápido desde a crise financeira. A economia cresceu 0,7% no quarto trimestre de 2013, levando a uma expansão de 1,9% no ano passado. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.