Grupo de investidores que veem Ibovespa acima dos 130 mil pontos em dezembro cai de 54% para 20%, aponta BofA

Pesquisa revela ainda que a maioria acredita que o mercado de ações brasileiro terá um desempenho pior do que outras classes de ativos da região

Lucas Bombana

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SÃO PAULO – Em um contexto de maior nível de incertezas no cenário doméstico, diante de uma extensão da pandemia de coronavírus e da lenta vacinação da população, investidores têm revisado suas estimativas para o desempenho dos ativos brasileiros em 2021.

Pesquisa do Bank ok America (BofA) realizada entre os dias 8 e 12 de março com 25 gestores de recursos mostra que 20% esperam que o Ibovespa encerre o ano acima dos 130 mil pontos. No mês passado, esse percentual estava em 54%.

O principal índice da Bolsa brasileira acumula queda de 3,5% em 2021 e encerrou a sessão de segunda-feira (15) aos 114,8 mil pontos.

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Já a parcela dos consultados, que são responsáveis por US$ 86 bilhões sob gestão, que veem o Ibovespa fechando o ano entre 120 mil e 130 mil pontos passou da casa dos 20% para mais de 30% dos entrevistados.

Confira a seguir o quadro do BofA que mostra em qual nível de pontuação os investidores esperam que o Ibovespa termine o ano.

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Fonte: BofA

O levantamento revela ainda que a maioria dos respondentes acredita que o mercado de ações brasileiro terá um desempenho pior do que outras classes de ativos da região.

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Também em linha com a piora na percepção dos agentes econômicos com o quadro doméstico, dois terços dos entrevistados preveem que a taxa de câmbio chegue ao dia 31 de dezembro acima de R$ 5,30, contra apenas 16% no mês passado.

De toda forma, apesar das preocupações com as contas públicas do país, cerca de 80% dos investidores que participaram da pesquisa trabalham com um cenário-base em que o governo promoverá somente um “gasto adicional moderado”.

Os resultados do levantamento do BofA indicam ainda que os níveis de caixa dos gestores estão próximos das médias históricas, ao redor de 5%, com um posicionamento das carteiras mais voltado para ativos de caráter cíclico, como bens de consumo e financeiros.

O relatório do banco aponta o setor de energia como aquele em que os investidores estão hoje com a menor exposição, “uma mudança provavelmente ligada ao ruído em torno da Petrobras”, diz o documento do BofA.

Oportunidades na região

Entre os demais países latino-americanos, a pesquisa aponta México e Chile entre os destaques positivos, com a expectativa da maior parte dos investidores de que as moedas dos dois países terão um desempenho superior aos dos pares nos próximos seis meses.

Cerca de 50% dos entrevistados esperam uma evolução positiva quanto à percepção geral do mercado em relação às oportunidades no Chile, o maior patamar desde dezembro de 2019.

Segundo o relatório, a vacinação rápida e a melhoria na perspectiva para o quadro fiscal do país andino contribuíram para o momento positivo na região.

No caso do México, aproximadamente metade dos investidores espera que o mercado acionário local tenha uma valorização acima da média em comparação aos demais ativos da região nos próximos seis meses.