Gestores de recursos reduzem nível de otimismo com ações brasileiras, após alta de 17%

Pesquisa do BofA Merrill Lynch indica que gestores estão mais cautelosos, com proteções no portfólio e diminuindo intenção de aumentar posições em ativos brasileiros

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – Por mais que o otimismo do mercado financeiro com o Brasil permaneça e que a Bolsa tenha entregado bons frutos desde o começo do ano, com ganhos de 17,5% até 13 de agosto, investidores já não têm tanta certeza de que ainda há muito espaço para o Ibovespa se valorizar.

De acordo com a última pesquisa de confiança “LatAm Fund Manager Survey”, elaborada pelo Bank of America Merrill Lynch com gestores de recursos, apenas 59% dos entrevistados veem o benchmark superando os 110 mil pontos até dezembro, ante 87% no mês de julho. O patamar representaria uma alta de 6,5% em relação aos preços atuais.

Ainda segundo o BofA, quase 40% dos entrevistados veem o Ibovespa entre 95 mil e 110 mil pontos ao fim de 2019 e, diferentemente do mês anterior, alguns gestores chegam, inclusive, a estimar o principal índice de ações do Brasil entre os 85 mil e 95 mil pontos até o fim do ano, portanto com queda na comparação ao patamar atual.

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A percepção de que a Bolsa pode já estar cara também se reflete sobre as perspectivas de alocação dos gestores – apenas 29% planejam aumentar posições em ativos brasileiros, ante 40% no mês anterior. A porcentagem é inclusive menor que a média histórica, de 36%. Mesmo assim, 71% enxergam as ações brasileiras se valorizando nos próximos seis meses.

Entre as principais posições overweight (acima da média do mercado) estão as de consumo discricionário e finanças, sem alterações na comparação com o período anterior. Na sequência, aparece o setor de utilities.

Na comparação com o mês anterior, os gestores ainda estão mais conservadores, optando por mais proteções no portfólio contra possíveis quedas no mercado acionário.

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Com relação à Selic, a maioria trabalha com a expectativa de juros igual ou abaixo de 5,5% ao fim do ano. Já as previsões para a cotação da moeda americana permanecem na faixa de R$ 3,60 a R$ 3,80 até dezembro.

Principais riscos no horizonte

Apesar de a visão de um ambiente doméstico positivo, marcado pela aprovação da reforma da Previdência, os gestores não acreditam, pela primeira vez, que tal reforma será suficiente para ter impacto positivo sobre o país.

Os entrevistados também dizem estar preocupados com a cena macroeconômica global, em especial com a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. Ainda foram citadas apreensões com a desaceleração do crescimento da China e com os preços das commodities.

A pesquisa do BofA foi elaborada entre os dias 2 e 8 de agosto e entrevistou 41 gestores, responsáveis pela administração de recursos no valor aproximado de US$ 78 bilhões.

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