Gestoras veem Selic previsível nesta 4ª e ajustam posições para real menos forte

Casas reduziram posições vendidas em dólar e compradas na moeda brasileira

Bruna Furlani

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É consensual entre as gestoras a visão de que o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, irá cortar os juros em 0,50 ponto nesta quarta-feira (20), o que levará a Selic para o patamar de 10,75% ao ano. É isso o que apontou uma pesquisa feita pela XP com 29 casas que possuem mandatos multimercados macro entre os dias 4 e 14 deste mês.

Já para o fim do ano, as gestoras projetam que a Selic chegará a 9% — sem alterações em relação à pesquisa feita pela casa em janeiro deste ano e em linha com o esperado pelos economistas consultados pelo BC no Boletim Focus.

O estudo, por outro lado, trouxe mudanças nas estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e para o Produto Interno Bruto (PIB). No levantamento mais recente, a expectativa das casas é que a inflação encerre este ano em 3,70%, abaixo dos 4,00% esperados em janeiro. Atualmente, o Focus projeta que o indicador termine o ano em 3,79%.

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Já as estimativas das gestoras para o PIB neste ano foram elevadas, passando de uma expansão de 1,50%, em janeiro, para 1,80% agora. A projeção está em linha com o esperado no Focus.

Mudanças no câmbio

A passagem de janeiro para março também trouxe alterações nas visões para o câmbio. No levantamento recente cresceu o percentual de casas que reduziram as posições vendidas (que apostam na desvalorização) em dólar frente ao real e outras moedas, com o número chegando a 56%, percentual que vem baixando desde dezembro de 2023.

“Além do dólar, observamos uma redução do consenso na tese de desvalorização do euro. Também houve um aumento considerável no posicionamento neutro em iene japonês e posições vendidas em moedas emergentes”, ressaltou a equipe responsável pelo relatório.

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Ao mesmo tempo, diminuiu o número de casas com posições compradas (que se beneficiam da alta) em real, percentual que alcançou 83% em março, valor menor do que os 95% vistos em janeiro.

Segundo a XP, embora as gestoras acreditem que o dólar deva seguir perdendo valor contra moedas do G10 e de boa parte dos emergentes, é possível que a resiliência da economia americana possa adiar essa perda de fôlego mais expressiva da moeda americana.

Mais posições em ações locais e estrangeiras

Mesmo diante de uma forte volatilidade, aumentou também o percentual de gestoras com posições compradas (que se beneficiam da valorização) em ações locais, número que chegou a 85% em março, acima dos 83% vistos em janeiro.

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Verificou-se também um crescimento de alocações compradas em Bolsa global. Em março, esse percentual bateu 56%, contra 47% em janeiro, revertendo tendência entre comprados e vendidos (que se beneficiam do recuo) em ações do exterior.

O movimento ainda foi acompanhado por um crescimento nas alocações aplicadas (que se beneficiam do recuo) em juros nominais no Brasil e em juros lá fora, com destaque para os países do G10 e emergentes.