Fundos ESG superam desempenho de pares tradicionais no primeiro semestre, mostra pesquisa do Morgan Stanley

Diferença de retorno foi de 3,9 pontos percentuais a favor dos fundos sustentáveis de ações, e de 2,3 pontos, nos de renda fixa

Mariana Zonta d'Ávila

(Getty Images)

SÃO PAULO – Se a busca por investimentos com melhores práticas ambientais, sociais e de governança (representas pela sigla ESG) antes levantava dúvidas com relação à performance dos investimentos, a história pode estar começando a mudar.

GRATUITO

CNPJ DE FIIS E AÇÕES

Para informar FIIs e ações no IR 2024 é preciso incluir o CNPJ do administrador; baixe a lista completa para facilitar a sua declaração

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

De acordo com levantamento feito pelo Morgan Stanley, os investimentos em fundos com políticas sustentáveis não apenas têm se mostrado mais defensivos em um momento de maior estresse dos mercados, como têm superado o desempenho de pares tradicionais nos ciclos de alta.

Denominado “Realidade Sustentável: 2020 Update”, o estudo analisou mais de 1,8 mil fundos de investimento e fundos de índice (ETFs) nos Estados Unidos, com base em dados da plataforma Morningstar e com filtros de sustentabilidade.

No primeiro semestre de 2020, o retorno médio de fundos de ações com práticas ESG analisados pelo banco superou em 3,9 pontos percentuais a rentabilidade de fundos que não seguem os critérios sustentáveis – enquanto os “fundos verdes” caíram 4,8% no período, os tradicionais recuaram 8,7%.

Já na renda fixa, a diferença foi de 2,3 pontos a favor dos fundos com políticas socioambientais: ganhos de 3,2% no período, ante uma performance positiva de 0,9% nos tradicionais.

“Os últimos 18 meses foram de grande expansão monetária e de desafios sem precedentes no mercado de capitais, e os investimentos ESG continuaram performando bem em ambos os cenários, reforçando o valor de investimentos sustentáveis e dissipando o mito de que investidores que buscam ‘fazer o bem’ precisam abrir mão de retorno financeiro”, escreve Audrey Choi, diretora de sustentabilidade do Morgan Stanley e CEO do Institute for Sustainable Investing, em relatório.

Leia também:
ESG, do despertar da relevância ao desenvolvimento no mercado: o que o investidor precisa saber hoje

O movimento segue o já observado em 2019, quando os fundos de ações ESG superaram os demais em uma média de 2,8 pontos percentuais. Já na renda fixa, o desempenho dos fundos verdes foi superior em 0,8 ponto.

De acordo com o Morgan Stanley, o que explica a diferença é que os fundos sustentáveis têm um foco mais voltado para empresas de maior porte, com perspectivas de crescimento e maior engajamento com práticas verdes.

Os debates sobre estratégias ESG, destaca o banco, vêm ganhando força ao redor do mundo. Segundo o Morgan Stanley, metade dos investidores individuais dos Estados Unidos já adotaram as políticas de melhores práticas em suas carteiras, e 80% das gestoras de recursos do país têm integrado as medidas ESG em seus processos de investimento.