Fundos de pensão reduzem déficit para R$ 9,3 bilhões em julho; retorno médio está positivo no ano

A despeito da pandemia, presidente da Abrapp acredita que metas de rentabilidade serão alcançadas em 2020

Lucas Bombana

SÃO PAULO – Com cerca de R$ 982 bilhões em ativos sob gestão no mercado, de aproximadamente 900 mil aposentados e pensionistas, o sistema da previdência complementar fechada também vem se recuperando dos estragados causados pela Covid-19, embalado pela retomada da Bolsa.

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Em março, na fase mais aguda da crise, o déficit dos fundos de pensão, que corresponde à insuficiência financeira projetada para honrar com os compromissos junto aos segurados no futuro, chegou a R$ 58 bilhões.

Com a forte recuperação de quase 60% das ações desde o piso do ano, o rombo caiu, em julho, para R$ 9,3 bilhões, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pela Abrapp, associação nacional do setor.

A carteira global de investimentos dos cerca de 300 fundos de pensão do país, por sua vez, que registrou um tombo médio de 6,3% em março, acumula retorno positivo de 1,83% no ano, até julho.

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Em coletiva online com a imprensa, o presidente da Abrapp, Luis Ricardo Martins, se mostrou confiante com a continuidade da recuperação dos mercados até dezembro.

“Iremos bater nossas metas atuariais”, afirmou o especialista, em referência à rentabilidade mínima que as entidades precisam cumprir anualmente para manter a solvência dentro do planejado. “Vamos ter um fechamento de ano que não será nada catastrófico como se apontou em março.”

Apenas como referência, já que cada fundo de pensão tem a própria meta, a depender da idade média dos participantes, a da Previ, do Banco do Brasil, que é a maior do país, corresponde a 4,75% neste ano, além da variação do INPC, que sobe 1,1%, de janeiro a julho.

Na contramão

Apesar de os juros baixos forçarem a busca por diversificação, entre os fundos de pensão, conhecidos pelo maior conservadorismo por lidarem com o dinheiro da aposentadoria de terceiros, o movimento em direção ao risco está devagar. E mais do que isso. Em uma análise extensa, a parcela de menor volatilidade não só não perdeu, como ganhou espaço.

Do portfólio total aplicado no mercado pelas fundações, a maior parte está na renda fixa, que respondia por 73,6% das reservas, em julho. Em 2013, a classe representava 60,4% dos investimentos das fundações de previdência complementar fechada, e tem oscilado no patamar atual desde 2016.

Já o espaço ocupado pela renda variável encerrou julho de 2020 em 18,9%, contra 29% há sete anos, e 19,6%, em dezembro de 2019.

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Seja como for, além da necessária diversificação para renda variável, no Brasil ou no exterior, e para fundos multimercados, o dirigente da Abrapp defendeu uma reformulação nas regras dos Fundos de Investimento em Participações (FIPs).

Casos ocorridos no início da década passada “demonizaram” os FIPs, sendo necessário um aprimoramento nos níveis de controle e de governança desses produtos para atrair novamente os fundos de pensão, afirmou Martins.

As grandes entidades de previdência fechada do país, como Previ, Petros, da Petrobras, e Funcef, da Caixa, investiram em um passado não tão distante em fundos do tipo que geraram prejuízos expressivos aos segurados, não apenas por condições adversas do mercado, mas por suspeitas de práticas de corrupção dos gestores, principalmente quando relacionados a investimentos no setor de óleo e gás.

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