Reforma da Previdência não basta para se defender visão otimista sobre o Brasil, apontam gestores

Pesquisa do BofA indicou que quase metade dos entrevistados precisa ver crescimento econômico mais forte e indicadores para ter olhar mais favorável sobre o país

Beatriz Cutait

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SÃO PAULO – O percentual de gestores de recursos que acreditam que a reforma da Previdência será suficiente para ter um olhar otimista com o Brasil diminuiu sensivelmente de abril para maio, quando passou de 21% para 6%.

Os dados são de pesquisa feita pelo BofA Merril Lynch, que indicou que quase metade dos entrevistados precisaria ver um crescimento econômico mais forte e indicadores de tendência futura para ter uma visão mais favorável sobre o Brasil, assim como privatizações e vendas de ativos.

A parcela dos que veem uma economia de ao menos R$ 700 bilhões em dez anos com a reforma previdenciária como positiva cresceu no período, de 41% para 59%. A expectativa quase unânime (91% das respostas) é de aprovação da reforma no segundo semestre, com apenas 9% postergando a decisão para 2020. Nenhum investidor descarta a aprovação.

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Otimismo com a Bolsa

De acordo com o levantamento, 35% dos gestores pretendem aumentar a alocação em ações nos próximos seis meses. A pesquisa mostrou ainda uma visão “overweight” (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) nos setores financeiro, de consumo discricionário e de materiais básicos.

No Brasil, 67% dos investidores acreditam que as ações terão desempenho superior nos próximos seis meses, ligeiramente abaixo da média histórica da pesquisa, de 72%. Praticamente todos os entrevistados veem potencial de alta do Ibovespa em relação a um nível em torno de 92 mil pontos, e 41% esperam o índice acima dos 110 mil pontos no fim de 2019, abaixo da parcela de 50% de abril.

Em relação ao câmbio, a grande maioria dos entrevistados projeta o dólar cotado entre R$ 3,60 e R$ 4,00 em dezembro (principalmente no intervalo de R$ 3,80 a R$ 4,00), e o percentual dos que esperam a moeda americana acima dos R$ 4,00 cresceu de 3% para 9%. Sem surpresas, a maioria dos participantes espera uma taxa Selic estável ou mais baixa este ano.

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Riscos

A China e as commodities seguiram liderando os principais riscos apontados em maio, escolhidos por 29% dos entrevistados, seguidos pelo fortalecimento do dólar, com 21% das escolhas, e pela desaceleração dos EUA e a guerra comercial, em terceiro lugar.

Uma parcela de 41% dos gestores está assumindo proteções contra uma queda acentuada nos mercados acionários, superior à média histórica da pesquisa (31%).

A pesquisa LatAm Fund Manager Survey foi elaborada pelo BofA entre os dias 3 e 8 de maio com 34 gestores com patrimônio de aproximadamente US$ 77 bilhões.

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Beatriz Cutait

Editora de investimentos do InfoMoney e planejadora financeira com certificação CFP, responsável pela cobertura do universo de investimentos financeiros, com foco em pessoa física.