Publicidade
SÃO PAULO – Um número cada vez maior de executivos mercado financeiro acredita que a reforma da Previdência, se aprovada, será um dos principais gatilhos para a retomada dos investimentos e para reduzir ainda mais os juros. Rodrigo Azevedo, ex-diretor de política monetária do Banco Central e um dos fundadores da gestora Ibiuna Investimentos, pensa diferente.
“Não acho que a taxa de juros vai cair mesmo quando a reforma da Previdência passar”, afirmou durante o 10º congresso de fundos de investimento da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), realizado nesta quarta-feira (24), em São Paulo. Azevedo foi diretor de política monetária do BC entre 2004 e 2007.
“Desde 2016, a política fiscal brasileira ficou mais contracionista. O governo colocou um freio na expansão dos gastos, fez uma revisão dos objetivos e métricas de expansão de crédito e abriu espaço para taxas de juros mais baixas. E a perspectiva é que isso seja mantido, mas a Selic não necessariamente ficará em 6,5% ao ano”, diz.
Aula Gratuita
Os Princípios da Riqueza
Thiago Godoy, o Papai Financeiro, desvenda os segredos dos maiores investidores do mundo nesta aula gratuita
Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.
Azevedo explica que o Brasil possui condições cíclicas muito favoráveis para a permanência de juros baixos, seja por conta do hiato de produto, que permite uma retomada da produção sem aumentar a inflação, bem como um cenário de inflação abaixo da meta. Mas completa: “Ainda precisamos de reformas adicionais.”
Empresários ainda desconfiados
Segundo Azevedo, apesar da inflação sob controle e dos juros baixos, a economia ainda não mostrou sinais de recuperação – e isso decorre de uma mudança no modelo de crescimento. “O Brasil está acostumado com o Estado induzindo o crescimento. De repente muda o modelo, o Estado é segurado e pede para o setor privado agir, mas nada acontece.”
Esse vai-não-vai se deve, de acordo com ele, ao cenário atual de incertezas. Para o executivo, existe um espaço maior para a iniciativa privada, mas sem perspectivas concretas de retornos. “Esse começo de ano tem sido um pouco turbulento e ninguém está tomando decisões de investimento por conta disso”, afirma.
Continua depois da publicidade
Invista melhor o seu dinheiro: abra uma conta gratuita na XP Investimentos