Conheça as táticas do fundo que rendeu 150% do CDI em 3 anos

Recentemente, o fundo XP Macro diminuiu a exposição a risco, mas continua vendo oportunidades em ativos no Brasil 

Diego Lazzaris Borges

Julio Fernandes e Bruno Marques, co-gestores do fundo XP Macro

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SÃO PAULO – A volatilidade pode ser boa para os investidores, mas quando o mercado fica sem direção definida e muito suscetível a ruídos – subindo ou caindo com base em declarações ou polêmicas, por exemplo – pode ser melhor aguardar um pouco.

Foi o que fizeram os gestores do fundo XP Macro. Eles optaram por reduzir a exposição ao risco e adotar uma postura mais tática recentemente. A estratégia é a mesma que vem dando resultado nos últimos três anos – completados esta semana – e que levou o fundo a render 46% no período, equivalente a 150% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário)*.

O objetivo do fundo é obter ganhos consistentes, com volatilidade moderada e um controle de riscos rigoroso. Justamente por isso, diante dos ruídos recentes – quando a Bolsa ficou extremamente volátil e o prêmio do mercado de juros diminuiu – eles preferiram diminuir as posições e esperar por momentos de maior clareza.

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“Estávamos com posições grandes no mercado de juros e ações brasileiras desde a virada do ano. A partir de fevereiro começamos a diminuir e, na última semana, reduzimos bastante. Praticamente zeramos Bolsa e estamos com uma posição pequena em juros e em dólar – este último via opções”, disse Bruno Marques, um dos gestores do fundo. Invista no XP Macro. Abra uma conta na XP, é de graça.

O controle do risco seguiu o mesmo padrão que levou o XP Macro a atingir o rendimento dos últimos três anos. “Em 2016 tivemos o impeachment da então presidente Dilma Rousseff, além do Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia) e a eleição de Donald Trump. Em 2017 passamos pelo ‘Joesley Day’ (dia 17 de maio, quando foram divulgadas gravações do  dono da JBS, Joesley Batista) e em 2018 houve a greve dos caminhoneiros e as eleições presidenciais no Brasil”, diz Júlio Fernandes, outro gestor do fundo.

Todos estes eventos tiveram impacto nos mercados e afetaram preços na bolsa, juros e câmbio. Para um gestor que opera com todos estes ativos, cabe a tarefa de tentar identificar os movimentos e aplicar as estratégias corretas para aproveitar a volatilidade ou apenas se proteger.  

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“Exceto o Joesley Day, que foi totalmente inesperado, nós conseguimos mapear e nos proteger de alguma maneira. Ou reduzimos posições ou montamos proteções (hedge)”, afirma Fernandes.

Segundo Bruno Marques, este tipo de estratégia é fundamental para que o fundo tenha um histórico consistente e seja visto pelos investidores como uma opção menos arriscada, mas que garanta boa rentabilidade no longo prazo.  “Isso significa que que em momentos muito ruins do mercado até podemos perder dinheiro, mas menos que a média. E ficamos ‘vivos’ para ganhar dinheiro no longo prazo”, afirma o gestor.

* desde o início de abril de 2016

Visão construtiva

O fato de o fundo ter diminuído a exposição ao risco nos últimos dias não significa que os gestores não achem que dá para ganhar dinheiro com os ativos no Brasil, mas que nestas últimas semanas o mercado está com uma volatilidade difícil de prever.

Apesar disso, a visão de longo prazo é construtiva. Os gestores acham que o cenário mais provável é de aprovação da reforma da Previdência, o que deve fazer com que a economia volte a crescer e a confiança dos investidores aumentar. “Acreditamos que o Congresso vá aprovar uma reforma robusta”, diz Marques.

Entre as surpresas do novo governo, eles destacam a atuação do ministro da Economia, Paulo Guedes. “Nos surpreendeu positivamente. Até articulação política ele tem feito, e muito bem”, afirma o gestor.

Já a relação entre o Palácio do Planalto e o Congresso vem preocupando. “O Governo precisa entender que é importante fazer articulações e ter os parlamentares como aliados para aprovar as suas pautas”, conclui.

Assista abaixo a entrevista que os gestores do fundo deram para Ana Laura Magalhães, do Explica Ana: 

Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip