Rogério Xavier, da SPX, alerta para muito otimismo com reforma

“Não vai ser a reforma dos sonhos, mas vai sair alguma reforma. A realidade é mais dura", afirma o gestor

Bloomberg

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(Bloomberg) — Um dos gestores de fundos mais reverenciados do Brasil acha que o mercado vai acabar se desapontando com a reforma da Previdência.

Rogério Xavier, sócio-fundador da SPX Capital, gestora de R$ 35 bilhões, afirma que os investidores estão superestimando o resultado final da reforma do presidente Jair Bolsonaro e subestimando o quão difícil será o caminho para a aprovação da mudança impopular.

“A gente é mais cauteloso do que a maior parte do mercado em relação ao processo de reformas no Brasil”, disse ele, por telefone. “Não vai ser a reforma dos sonhos, mas vai sair alguma reforma. A realidade é mais dura.”

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Xavier se descreve como um “otimista cauteloso”, dizendo que o país “é mesmo feito de pequenos passos e temos que aproveitar eles mesmos, é melhor do que não avançar”.

“Sinceramente espero que eu esteja errado e que o governo consiga aprovar uma reforma muito mais abrangente, que nos coloque de volta em uma trajetória de sustentabilidade de dívida”, disse ele. “Mas eu sou mais cético, acho que vamos no limite de tentar estabilizar a dívida pública.”

Os ativos brasileiros dispararam após as promessas de reforma do novo governo. O Ibovespa tem atingido repetidamente máximas históricas, e o real registra o melhor desempenho entre as principais moedas neste ano. As visões menos otimistas de Xavier significam que ele mantém ainda boa parte do risco de seu portfólio fora do país.

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O gestor do fundo, que mora em Londres, também não crê que o Brasil verá um aumento substancial nos fluxos estrangeiros após a reforma – o rali até agora foi impulsionado principalmente por investidores locais, com a expectativa de que os estrangeiros retornarão após a aprovação. A percepção de Xavier é que os investidores globais ainda não vêem o Brasil como uma alternativa para investimentos no curto prazo.

O SPX Nimitz Master FI Multimercado, fundo de R$ 19 bilhões da gestora, teve um retorno total de quase 250% desde sua criação em dezembro de 2010, mais que o dobro do desempenho da taxa DI, segundo dados compilados pela Bloomberg. No ano passado, o retorno do fundo foi prejudicado por uma aposta errada de que o Federal Reserve continuaria elevando os juros por mais tempo. Como o Fed sinalizou em dezembro que pode em breve pausar o aperto monetário, ele foi levado a desistir de algumas apostas. Xavier não comenta sobre a performance do fundo.

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