Fundos multimercados tiveram o pior resultado desde 2008; saiba como driblar as próximas turbulências

O InfoMoney separou cinco fundos descorrelacionados da cena externa e com baixa taxa de administração

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – O índice de fundos multimercados brasileiros, o IHFA (Índice de Hedge Funds Anbima), registrou o pior mês desde 2008 – período em que eclodiu a crise do subprime dos Estados Unidos – em maio. “A deterioração do cenário de maneira muito rápida e esse pessimismo impactou não só os multimercados como a renda variável em geral [ações], que era um parcela considerável dos portfólios”, observa Felipe Relvas, head de alocação da XP Investimentos.

A perspectiva é de que o campo da renda variável fique ainda mais perigoso nos próximos meses com as incertezas políticas e econômicas dada à aproximação da – ainda – imprevisível eleição presidencial. Ou seja, a volatilidade – e o risco em caso de aposta errada – é maior do que em outros anos eleitorais e é preciso estar ainda mais atento à distribuição de seus investimentos.

“Os fundos de ações tinham carteiras olhando cenário mais benigno. Agora teve uma zeragem de posições mais agressivas e reconhecimento do desafio fiscal e das próximas eleições. A correlação direta com as eleições faz com que tenhamos uma diferença muito grande nos portfólios a partir de agora. O que fizeram até maio é muito diferente do que farão daqui para a frente”, completa Relvas. 

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Com a taxa de juros ainda em seu menor patamar histórico, a necessidade de diversificar – e arriscar mais – para obter mais rendimentos é inegável e explícita. Mas como aumentar sua exposição ao risco ao mesmo tempo em que se mantém à margem dessa volatilidade? Isso é possível com alguns fundos descorrelacionados do ambiente doméstico. Ou seja, as escolhas de ativos desses fundos são independentes do que está acontecendo na política e na economia brasileira. Aplicações em moedas estrangeiras ou mesmo em empresas fora do país garantem ao investidor menos dor de cabeça em dias dramáticos na cena interna, como foi o “Joesley Day” e o mês de maio.

Mas quais fundos de investimentos têm esse perfil? O InfoMoney separou cinco fundos descorrelacionados da cena doméstica e com baixa taxa de administração. Confira: 

Fundo Aplicação mínima Taxa de administração Taxa de performance Invista neles
SulAmérica Endurance R$ 5 mil 1% 20%
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Bozano Quant  R$ 5 mil 1% 20%
Aberdeen Multi Asset Growth Advisory R$ 20 mil 0,80% não tem
Leste Event Driven  R$ 50 mil 2% 20%
Schroder Liquid Alternatives R$ 5 mil 1% não tem

A recomendação de Relvas é de que o investidor com perfil moderado a agressivo coloque de 5% a 10% de seus investimentos em fundos descorrelacionado. A estratégia não é recomendada para investidores conservadores, observa o head de alocação da XP Investimentos.

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SulAmérica Endurance segue um “plano de voo” com produtos de baixa volatilidade, mas sem deixar que a rentabilidade do investidor seja afetada. O fundo multimercado existe desde 2011 e entrega uma performance resiliente média de 120% do CDI com uma estratégia que é uma espécie de long&short de moedas.

Acessível para qualquer investidor, o fundo tem aplicação inicial mínima de R$ 5 mil e taxa de administração de 1% ao ano, metade do valor médio praticado para esse tipo de produto, o que também ajuda na entrega de resultados ao cotista.

O Bozano Quant também tem taxa de 1% ao ano – reduzida recentemente para elevar os ganhos dos cotistas. Desde a criação do fundo, em outubro de 2010, os ganhos acumulados foram de 122% do CDI. Se a taxa menor já estivesse em vigor, a rentabilidade do Bozano Quant teria sido de 136% no período.

Com taxa ainda menor, de 0,80% ao ano, o fundo Aberdeen Multi Asset Growth foi lançado em fevereiro deste ano e investe 100% do capital em ativos fora do Brasil. Ele tem a sua disposição mais de 30 classes de ativos totalmente descorrelacionados do mercado – o que faz deste veículo de investimento ser tão singular na nossa indústria.

O fundo Leste Global Event Driven é o único do Brasil com foco em “Event Driven”, uma estratégia bem comum no mercado internacional, mas que é desconhecida pela maioria dos brasileiros. A estratégia nada mais é do que negociar ações de empresas que estão em processo de M&A (Fusões & Aquisições, na sigla em inglês).

O fundo entra nas ações após a compra estar perto de ser concretizada, para ganhar com aquela “gordura” que existe entre o preço atual da ação na bolsa e o preço que ela de fato será vendida. Por razões óbvias, o Leste Global Event Driven FIC FIM tem mandato para operar globalmente, já que operações de M&A acontecem com muito mais frequência em países como Estados Unidos e Europa.

O fundo Schroder Liquid  Alternatives IE FIM conseguiu ficar praticamente estável (-0,03%) em um mês em que o câmbio flertou com R$ 3,80 e o Ibovespa despencou quase 11%, no seu pior desempenho em três anos e meio. O fundo multimercado tem hedge cambial e acessa as melhores estratégias – em fundos globais – com foco em retorno absoluto. 

O portfólio do fundo é composto por 10 a 15 estratégias diferenciadas, com track record comprovado, e apenas 0,3 de correlação com os fundos multimercados em geral.

Cada um dos gestores desses fundos já estiveram no programa Papo com Gestor. Quer saber mais sobre cada um deles? Veja abaixo: 

>> Bozano
>> SulAmérica
>> Leste Capital
>> Aberdeen
>> Schroder

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