Come-cotas: comissão se reúne na quarta-feira para votação

O objetivo da medida é aumentar a arrecadação pública para ajustar o Orçamento de 2018

Weruska Goeking

Publicidade

SÃO PAULO – A comissão mista que analisa a Medida Provisória sobre o aumento dos impostos cobrados por fundos de investimentos exclusivos votará requerimentos na reunião de quarta-feira (13), marcada para as 14h30.

Até agosto deste ano, o Impostos de Renda sobre os fundos de investimento exclusivos — fechados, de não livre adesão e destinados à grandes clientes — eram pagos apenas no fechamento ou no resgate das cotas.

O imposto passou a ser cobrado todos os anos, como ocorre com demais fundos de aplicação. Agora, com a edição da Medida Provisória, haverá aumento na tributação para esse tipo de investimento. A alteração nas alíquotas dos impostos deve começar a valer a partir de 1º de junho de 2018.

Aula Gratuita

Os Princípios da Riqueza

Thiago Godoy, o Papai Financeiro, desvenda os segredos dos maiores investidores do mundo nesta aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

O objetivo da medida é aumentar a arrecadação pública para ajustar o Orçamento de 2018. A comissão que avalia a Medida Provisória foi instalada no último dia 6, e tem como presidente o senador Eduardo Amorim (PSDB-SE) e como relator o deputado Wellington Roberto (PR-PB).

O que é o come-cotas?

Come-cotas é um apelido simpático para um evento nada divertido no calendário dos investidores de fundos. A cada semestre, mais especificamente no último dia útil de maio e de novembro, a Receita Federal recolhe antecipadamente o imposto de renda das aplicações em fundos de investimentos.

Essa cobrança é feita por meio de redução das cotas – daí o apelido “carinhoso” para a tributação – diretamente na fonte e o percentual da alíquota cai conforme o prazo do investimento. Veja:

Período de investimento Alíquota
Até 180 dias 22,50%
De 181 a 360 dias 20%
De 361 a 720 dias 17,50%
Acima de 720 dias 15%

Estão sujeitos à cobrança de imposto de renda antecipada os fundos de curto e longo prazo de renda fixa e multimercados.

Ao fim do prazo da aplicação, o investidor tem que pagar a diferença entre o imposto de renda que incide sobre os valores descontando a cobrança antecipada. 

O efeito danoso do come-cotas em relação a outros investimentos é que o valor cobrado antecipadamente deixa de ser reaplicado e render juros sobre juros, explica Vaz. “O que acontece é que o come-cotas te dá menos oportunidade de acumular mais dinheiro. Além disso, você está antecipando imposto em cima de um rendimento que não sabe se vai continuar obtendo”, conta.