Metade dos bancos estarão em ambiente digital até 2020

O desafio atual das companhias de gestão de ativos é contratar pessoas com qualificações como inteligência e aprendizado cognitivos

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – Metade do setor bancário estará em um ambiente cognitivo até 2020, segundo Neil Isford, gerente-geral de soluções da indústria cognitiva da IBM. Ele define o ambiente cognitivo como “um sistema que utiliza a capacitação e o aprendizado da máquina por meio de uma explosão de dados e sensores para dar grande vantagem competitiva às empresas na tomada de decisões e ganho de escala”.

 O desafio atual das companhias de gestão de ativos é contratar pessoas com qualificações como inteligência e aprendizado cognitivos, segundo Armando Senra, diretor-executivo da BlackRock.

 Para isso, as gestoras disputam talentos com empresas como o Google. “A máquina não vai substituir os gerentes de carteira, haverá uma intersecção de humanos e máquinas para dar escala à capacidade humana por meio dessas ferramentas. Por isso, precisamos desse grupo de pessoas, precisamos transformar nossas empresas para não ficar para atrás”, afirmou Senra durante a 9ª edição do Congresso Anbima de Fundos de Investimento, em São Paulo.

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 Segundo Senra, o ganho de escala leva à democratização dos serviços, taxas menores, mais transparência e concorrência, o que só é viabilizado por meio de investimentos em tecnologia e inovação. “É um ciclo que precisa ser entendido”, diz.

 Para Isford, o ganho de escala é uma oportunidade para países como Brasil e Índia aumentarem o número de clientes que investem em fundos. “À medida que a tecnologia cognitiva tornar as coisas mais acessíveis derrubará as barreiras para que investidores de renda fixa façam investimentos mais sofisticados e até procurem aconselhamento para ter certeza se estão investindo certo”.

 A própria crise estimula as pessoas a saírem da inércia, segundo Amin Rajan, presidente da consultoria Create-Research. “Quando há uma a crise as pessoas pensam: o que podemos fazer de maneira diferente?”, citando que foi assim na crise mundial de 2008.

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 Entretanto, ele afirma que as transformações na indústria de gestão de ativos ainda são lentas porque seus profissionais são relutantes quanto à inserção de sistemas cognitivos por não entenderem o funcionamento intuitivo dessas máquinas.

 “Para sobreviver a essa era digital, os gestores precisam ter uma boa visão do que está acontecendo no mundo principalmente a respeito dos clientes. Precisam sair da zona de conforto”, completou, afirmando que a inteligência artificial combinada à consultoria pode otimizar a gestão de riscos.