Posicionamento é “o mais conservador possível” agora, diz gestor de R$ 23 bi

Alocação da carteira de investimentos da Funcesp está, atualmente, focada principalmente em ativos de renda fixa

Leonardo Pires Uller

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SÃO PAULO – Os últimos anos têm sido, definitivamente, bastante turbulentos para a economia brasileira. E não é para menos, desde 2013, um forte fluxo de notícias vem abalando a confiança do investidor no Brasil, seja por conta da crise do conglomerado do então magnata Eike Batista, problemas de má gestão do governo federal ou ainda escândalos de corrupção. Como pode, então, um grande fundo de pensão, que visa o investimento no longo prazo, se posicionar em um momento assim?

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Martin Glogowsky, diretor presidente da Funcesp, que é o maior fundo de pensão patrocinado por empresas da iniciativa privada do Brasil, comenta que, no momento, o posicionamento deve ser “o mais conservador possível”. A fundação, que conta com R$ 23,8 bilhões sob gestão, aplica, atualmente 85% de seu patrimônio em renda fixa, sendo grande parte em títulos pós-fixados.

Adicionalmente, 8,8% da carteira da Funcesp está alocada em renda variável no Brasil, 1,2% em renda variável no exterior, 3,5% em imóveis e 1,5% em empréstimo com participantes. Martin explica que esse é um momento de muita turbulência e, assim, o melhor para um grande fundo de pensão é adotar maior cautela enquanto os rumos do país começam a se tornar mais claros.

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Em relação à tomada de decisões na hora de investir, Martin comenta que a política da Funcesp é bastante rígida e a gestão é obrigada a seguir aquilo que for determinado pelo conselho responsável pelo assunto no início do ano, havendo assim pouca margem para mudanças bruscas. Essa política traz maior segurança para o investidor do fundo, que assim sabe que não serão tomadas decisões de investimento que fujam daquilo que ele foi estabelecido, mas, ao mesmo tempo, tira uma margem de manobra mais ágil para mudanças que possam ser necessárias.

Em um momento em que muitos fundos de pensão estatais passam por uma forte crise de credibilidade, que culminou com a CPI dos Fundos de Pensão na Câmara dos Deputados, que foi aberta no segundo semestre do ano passado, Martin comenta que essa continua a ser um ótimo investimento para quem quer se planejar para a aposentadoria, ainda mais os planos em que a empresa investe junto com o investidor.

“Muitas vezes, com uma pequena poupança mensal, o investidor consegue, no longo prazo, acumular bastante dinheiro. O importante é começar o quanto antes”, aconselha. Para evitar problemas como os que aconteceram com os fundos estatais, é importante que haja uma boa governança e participação ativa dos contribuintes do fundo, para que assim realmente as decisões tomadas sejam as melhores possíveis para o investidor.

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