Após arrancada do dólar, ainda é uma boa ideia investir na moeda?

Gerente de câmbio afirma que o tempo para entrar em fundos cambiais já passou

Leonardo Pires Uller

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SÃO PAULO – 2013 foi um ano difícil para as aplicações financeiras. A bolsa continuou trazendo prejuízos para a maioria dos investidores e até a renda fixa trouxe surpresas desagradáveis. Já quem apostou na alta do dólar não tem do que reclamar. Desde o começo do ano o dólar comercial acumula valorização de 13,43%. 

Uma categoria de fundos que, naturalmente, ganha com a arrancada da moeda norte-americana são os fundos cambiais. Contudo, passado o maior período de alta, será que ainda vale a pena investir nessa aplicação? Para Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, a resposta é não. “O momento ideal da aplicação devia ter sido há algum tempo, quando o dólar estava na casa de R$ 2,15, ou ainda no começo do ano”, afirma.

Para o especialista, a tendência agora no curto prazo é que o preço do dólar se acomode na casa de R$ 2,30. “O mercado parece estar acomodado e estabilizado nesse patamar”, constata Galhardo.

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Conselhos
Para quem deseja aplicar em fundos cambiais, ele recomenda cautela. “O comportamento do real costuma ser volátil, diferente até das moedas de outros países emergentes, seja na tendência de alta ou na de baixa”, explica. Por conta disso, o especialista afirma que a oscilação desses fundos tende a ser alta.

Outro conselho é a diversificação. “O investidor que deseja entrar nesses fundos não pode apostar tudo lá, ele precisa se proteger e aplicar em outras categorias, como a renda fixa ou ações”, aconselha.

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Além disso, a pessoa deve ter familiaridade com esse mercado, entender como se dão as oscilações do dólar para saber o melhor momento de entrar ou sair desse investimento.

Proteção
Investir em moeda estrangeira costuma ser indicado para quem sabe que precisará gastar nessas moedas no futuro. Se for fazer uma viagem de turismo, ou um intercâmbio, por exemplo, o investidor pode comprar dólar pelo preço atual, ou investir em um fundo cambial, para evitar surpresas no momento da viagem caso o dólar começe a subir muito. 

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Entenda
É importante entender ainda que, apesar de a maioria dos fundos cambiais aplicar a maior parte de seu capital na moeda norte-americana, é possível investir em qualquer outra moeda, como o euro, por exemplo. Além disso, a gestão do fundo pode ser ativa, quando busca superar os rendimentos de uma moeda, ou passiva, quando é simplesmente atrelado a uma moeda e segue sua variação.

Também há incidência de imposto de renda sobre os fundos cambiais. A cobrança é regressiva e segue as mesmas regras das aplicações de renda fixa: caso o investimento seja de até 180 dias, é cobrado 22,5% sobre os ganhos. Para 181 a 360 dias a alíquota cai para 20%, de 361 a 720 vai a 17,5% e chega a 15% para aplicações de 720 dias ou mais.