Fundo de índice ELAS11, focado em empresas com lideranças femininas, estreia na B3

Novo ETF reúne 69 empresas e 71 ações; taxa de administração é de 0,50% ao ano

Katherine Rivas

(Getty Images)

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No Dia Internacional da Mulher, um novo ETF (fundo de índice) focado em diversidade de gênero nas empresas de capital aberto chega à Bolsa brasileira.

O Safra ETF Mulheres Na Liderança Fundo De Índice será negociado sob o código ELAS11.

As cotas podem ser negociadas a partir de R$ 100. O ETF é destinado a todo tipo de investidores – pessoa física e qualificados.

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O ETF vai replicar o índice Teva Mulheres na Liderança, que reúne na sua última atualização 69 empresas e 71 ações, segundo informado pela Teva Índices ao InfoMoney.

O índice monitora em média 350 empresas listadas na bolsa brasileira, exceto aquelas que se encontram em recuperação judicial, e 8 mil cargos mensalmente, identificando a presença feminina no Conselho de Administração, Conselho Fiscal, Diretoria, Comitê de Auditoria e outros comitês.

O índice, que foi criado há seis meses, faz parte de um estudo quantitativo maior que reúne o histórico de 150 mil cargos no horizonte dos últimos cinco anos. “Quando se fala de governança muitos olham apenas para o Conselho de Administração, nosso estudo é mais abrangente e olha outros cargos” afirma Gabriel Verea, sócio-fundador e CEO da Teva Índices. Ele aponta que utilizando inteligência artificial, a Teva consegue fazer a leitura de gênero por nome, estatísticas históricas e até acompanhar a evolução dos cargos.

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O índice é ponderado pelo tamanho das empresas, desta forma tem 97% de correlação com o Ibovespa. Segundo Verea, o ETF ELAS11 é uma forma das pessoas se expor à Bolsa, mas investindo com propósito.

No acumulado de 2022, a carteira do índice Teva Mulheres na Liderança recuava 1,3%, enquanto o Ibovespa avançava 6,5%. Nos últimos 12 meses, o índice acumula perdas de 14,52%, de acordo com dados históricos da Teva.

O ETF é gerido pelo Banco Safra e terá uma taxa de administração de 0,50% ao ano.

A cesta do índice

O índice reúne 69 empresas e 71 ativos, que podem ser ações e units das companhias. A empresa com o maior peso do índice atualmente é a Petrobras (PETR4; PETR3), que tem as ações ordinárias e preferencias presentes na carteira.

De acordo com a atualização mais recente da cesta, disponibilizada ao InfoMoney pela Teva Índices, estavam entre as 20 maiores empresas do índice, além da Petrobras: B3, Ambev, Banco do Brasil, Itaúsa, Localiza, Raia Drogasil, Lojas Renner, Equatorial Energia, Cosan, Telefônica Brasil, Eletrobrás, Rumo, Natura, Americanas, Magazine Luiza, TOTVS, BRF, BB Seguridade e CCR.

A cesta de ativos é rebalanceada trimestralmente, em janeiro, abril, junho e outubro, sempre no primeiro dia útil.

Gabriel Verea explica que, diferente a outros índices semelhantes, a leitura dos dados do índice Teva Mulheres na Liderança considera dados apenas com 10 dias de atraso, tornando este um dos índices mais atualizados. “Outros índices estrangeiros têm uma base de dados com 3 meses de atraso”, aponta.

Ela afirma que não há exclusões de empresas fora do rebalanceamento. Desta forma se alguma companhia deixar de cumprir os critérios de seleção será preciso aguardar o rebalanceamento trimestral para ser eliminada.

Contudo, Verea garante que em caso de situações polêmicas ou que afetem os pilares de governança corporativa ou igualdade de gênero, é possível que sejam revisados os critérios de elegibilidade. O índice não conta com um conselho curador.

Metodologia

Score de diversidade

Para escolher as 69 empresas que vão integrar o índice, a Teva monitora um universo de 350 companhias listadas na Bolsa.

A partir disso as empresas passam pelo primeiro critério de seleção que é o Score Teva Mulheres na Liderança. São escolhidas para integrar o índice apenas 50% das empresas que obtiveram a melhor pontuação.

O score de cada empresa depende da participação das mulheres em cada órgão de governança, que é multiplicado pelo percentual de presença feminina (PPF) nos cargos – uma espécie de média ponderada. Os cálculos são feitos da seguinte forma:

Além disso as companhias podem ganhar bonificações ou penalizações, a depender da evolução da representatividade feminina nos cargos de governança ou caso deixarem de ter mulheres nos conselhos ou comitês.

Desta forma, aquelas empresas que têm 50% ou mais mulheres no Conselho de Administração, Conselho Fiscal, Diretoria, Comitê de Auditoria e outros comitês, ganham 1 ponto. Enquanto aquelas que apresentam evolução na participação feminina recebem 0,5 ponto.

Há também penalizações. Companhias que diminuem a participação feminina nestes órgãos perdem 0,5 ponto. Enquanto aquelas empresas que não têm nenhuma mulher nestas áreas são penalizadas com 1 ponto.

Gabriel Verea explica que a partir deste filtro, das 350 empresas analisadas são escolhidas 175, que serão submetidas aos outros critérios do índice.

Liquidez e valor de mercado

As 175 companhias escolhidas pelo score são submetidas a critérios de mercado. As ações e units destas companhias precisam ter um volume mensal de negociação de R$ 200 milhões, durante pelo menos dois meses antes do rebalanceamento.

Além disso, os ativos precisam ter uma capitalização de mercado superior a R$ 500 milhões. As empresas emissoras das ações devem ter pelo menos 4% do seu valor de mercado disponível para negociação.

O índice também inclui um critério de representatividade – as empresas membros da carteira devem representar até 80% do valor de mercado da Bolsa. “Quando as empresas da carteira alcançam este patamar, o índice para de incluir ativos”, explica Verea.

Considerando estes cortes, a carteira chega então aos 71 ativos e 69 empresas presentes atualmente no índice.

Lançamento

O lançamento do ETF ELAS11 ocorre nesta terça-feira (8) na bolsa de valores, em evento que terá a participação da atriz e empresária Marina Ruy Barbosa, que também é embaixadora do Banco Safra.

Este não é o primeiro ativo com foco em lideranças femininas. Em setembro de 2020, a XP Asset Management lançou o Trend Lideranças Femininas FIM, indexado ao ETF SHE, que seleciona entre as 1.000 maiores empresas americanas aquelas que têm maior proporção de mulheres no conselho de administração ou cargos executivos.

O fundo tem proteção cambial e taxa de administração de 0,50% ao ano. Segundo a XP, 20% desta taxa de administração é destinada ao Instituto As Valquírias, que apoia mulheres em situação de vulnerabilidade social.

O valor do investimento mínimo também é de R$ 100.

No ano, o fundo acumula um retorno negativo de 11,90%.

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Katherine Rivas

Repórter de investimentos no InfoMoney, acompanha ETFs, BDRs, dividendos e previdência privada.