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SÃO PAULO – Enquanto alguns gestores de fundos aproveitaram a tensão eleitoral para zerar posições ou aumentar o percentual de ativos no exterior – tentando minimizar eventuais riscos com o cenário brasileiro – , outros se deram bem mesmo com uma pequena exposição em “risco Brasil”. É o caso do fundo de ações da Forpus Capital, que só em outubro já sobe nada menos do que 35,83% – ante uma alta de 8,5% do Ibovespa.
Francisco Giffoni Meirelles de Andrade, sócio-fundador e gestor da Forpus, atribui a excelente performance do fundo à estratégia defensiva da carteira e, principalmente, aos instrumentos financeiros utilizados para potencializar os ganhos após o pleito: as opções.
Atualmente, cerca de 2% a 3% do patrimônio líquido, de R$ 100 milhões, é composto por opções. “Se tudo desse errado, a gente ia perder apenas 2%, mas se houvesse um movimento grande, poderíamos ter uma valorização muito grande”, diz – e foi o que aconteceu.
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Por meio de opções curtas com vencimento pós-eleições, o fundo operou vendido em papéis que pudessem se prejudicar caso houvesse uma queda do dólar, como Suzano (SUZB3) e Vale (VALE3), e comprou opções de estatais, que se beneficiariam com o sentimento de maior otimismo nacional. É o caso de Banco do Brasil (BBAS3), Petrobras (PETR4) e Cemig (CMIG4).
“Nós acreditávamos na renovação do governo e de políticas mais liberais, então colocamos na carteira estatais que vão se valorizar muito com possíveis privatizações, melhora do governo e da governança corporativa”, diz.
De acordo com Giffoni, em caso de vitória do candidato mais reformista, a tendência é de que o Brasil comece a se destacar, inclusive em relação aos Estados Unidos. Ele explica que o país deve caminhar para um ponto de inflexão: “Ficamos um bom tempo assistindo ao mercado dos EUA subindo enquanto os emergentes caíam. Podemos ter o oposto disso”, acredita.
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Para manter essa performance, que totaliza 178,84% desde o início (março de 2015), contra 78,26% do Ibovespa, o gestor aposta agora em papéis locais e em proteções (hedge) no mercado internacional.
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Passadas as eleições, Giffoni vê um fluxo de notícias positivas e possíveis reformas, que podem, segundo ele, derrubar o dólar para abaixo de R$ 3. “Estamos posicionando nossa carteira para ficar mais exposta ao cenário otimista e com proteções no exterior caso haja mudanças no ambiente macro e nos juros americanos”, diz.
Além das estatais, que hoje representam metade do portfólio, o Forpus FIA aposta em setores como o imobiliário (antes esquecido por conta do medo de uma eventual alta de juros e deterioração do crédito), e o industrial, que tende a se beneficiar com a desburocratização e reformas.