Fundo de ações acerta na veia estratégia eleitoral e sobe 46% em outubro

No ano, o Forpus FIA acumula ganhos de 40,24%, enquanto o Ibovespa sobe 14,4%.

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – Valorizar 46% em um ano pode ser considerado um resultado impressionante para qualquer fundo de ações, independentemente do cenário. Agora, se este número for atingido em um único mês, o feito torna-se extraordinário – pouquíssimos gestores podem se gabar de entregar tanto em tão pouco tempo.

Os clientes do Forpus FIA que ainda não tinham olhado as cotas do fundo acabaram de receber a boa notícia pela carta mensal: o gestor Francisco Giffoni acertou na veia a estratégia das eleições e o fundo que ele comanda valorizou exatos 46,18% no mês passado, ante uma alta de 10,19% do Ibovespa.

No ano, o Forpus já ganhou 40,24%, enquanto o principal índice da Bolsa valorizou 14,4%.

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Logo após o primeiro turno, quando o fundo já acumulava alta de 35% no mês, ele deu uma entrevista ao InfoMoney explicando a performance. O Forpus apostou em uma estratégia defensiva, mas usando opções – instrumentos financeiros que potencializaram os ganhos após o pleito.

Cerca de 2% a 3% do patrimônio líquido, de R$ 100 milhões, era composto pelas opções. “Se tudo desse errado, a gente ia perder apenas 2%, mas se houvesse um movimento grande, poderíamos ter uma valorização muito grande”, disse Giffoni ao InfoMoney após o primeiro turno.

Por meio de opções curtas com vencimento pós-eleições, o fundo operou vendido em papéis que pudessem se prejudicar caso houvesse uma queda do dólar, como Suzano (SUZB3) e Vale (VALE3), e comprou opções de estatais, que se beneficiariam com o sentimento de maior otimismo nacional. É o caso de Banco do Brasil (BBAS3), Petrobras (PETR4) e Cemig (CMIG4).

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“Nós acreditávamos na renovação do governo e de políticas mais liberais, então colocamos na carteira estatais que vão se valorizar muito com possíveis privatizações, melhora do governo e da governança corporativa”, afirmou.

Para manter essa performance, que totaliza 200% desde o início (março de 2015), contra 80% do Ibovespa, o gestor aposta agora em papéis locais e em proteções (hedge) no mercado internacional.

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Passadas as eleições, Giffoni vê um fluxo de notícias positivas e possíveis  reformas, que podem, segundo ele, derrubar o dólar para abaixo de R$ 3. “Estamos posicionando nossa carteira para ficar mais exposta ao cenário otimista e com proteções no exterior caso haja mudanças no ambiente macro e nos juros americanos”, afirmou.

Além das estatais, que hoje representam metade do portfólio, o Forpus FIA aposta em setores como o imobiliário (antes esquecido por conta do medo de uma eventual alta de juros e deterioração do crédito), e o industrial, que tende a se beneficiar com a desburocratização e reformas.

Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip