Fim da alta de juros nos EUA? Ibiuna vê probabilidade como relevante e volta “cautelosamente” ao risco

Diante de um cenário que ainda inspira cuidados, gestora disse que Brasil segue como um player mais "tático e oportunista"

Bruna Furlani

(Getty Images)

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A leitura feita pelo mercado de que há grande probabilidade de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) não volte a subir mais os juros, mantido o aperto das condições financeiras, ajudou a animar os mercados nos últimos dias.

A visão também é defendida pela Ibiuna Investimentos, que acredita que a probabilidade de que o ciclo de alta de juros americanos tenha chegado ao fim é “relevante”.

Diante da mudança na visão sobre os juros americanos, a casa disse que voltou “cautelosamente” a alocar risco a posições aplicadas (se beneficiam da queda) em juros de países desenvolvidos e emergentes com perspectiva de queda ou de início do ciclo de cortes até o fim do ano.

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“Dados de atividade e de inflação nos próximos dois meses serão soberanos e confirmarão ou não se ‘agora vai’, o que poderia abrir espaço para um ambiente de investimentos pró-risco mais duradouro ao final deste ano e no início de 2024”, afirmou a casa, em carta mensal.

Já em moedas, a Ibiuna destacou que voltou a ter alocações vendidas (que se beneficiam da desvalorização) em moedas asiáticas e compradas (apostando na valorização) em divisas da América Latina.

A casa também afirmou que manteve alocações compradas em ouro e petróleo, diante do aumento do risco geopolítico.

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Brasil: juros e Bolsa

Além de mostrar cautela com o cenário global, a casa disse que o Brasil tem sentido os efeitos de um ambiente externo mais desafiador de forma amplificada, diante das incertezas acerca da trajetória fiscal no País.

“O ponto focal segue na meta de resultado primário zerado para 2024, informalmente abandonada pelo Presidente da República em pronunciamento recente”, ponderou a Ibiuna.

A gestora afirma que tal postura incentivou a visão de que a meta de primário deve ser relaxada em seu primeiro ano de vigência, o que acabou elevando os prêmios de risco nos ativos brasileiros.

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O movimento, porém, ocorreu ao mesmo tempo em que houve uma performance forte das contas externas e revisões para cima de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.

“Com a premissa de um ambiente externo mais benigno, esse conjunto de fundamentos nos leva a uma visão relativamente construtiva dos ativos no Brasil no curto prazo por compressão de prêmios de risco excessivos, mas com uma ideia bastante cautelosa com os ativos do país em prazos mais longos”, afirmou a casa.

Diante de um cenário que ainda inspira cuidados, o Brasil segue como um player mais “tático e oportunista”, em contraste a uma potencial alocação estruturalmente mais construtiva a médio prazo, na visão da Ibiuna.

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Atualmente, a casa está com uma alocação aplicada em juros nominais e reais. Já na renda variável, a gestora diz que mantém uma exposição a ações brasileiras com posições long-short não direcionais.

A Ibiuna também manteve a alocação de risco nos livros de crédito, com posições no Brasil e em emergentes, na passagem de setembro para outubro.