FIIs de hospitais sobem até 8% após fim de litígio com Rede D’Or; entenda caso

Acordo prevê compensações, reajuste baseado em laudos independentes e renovação de contratos de longo prazo

Vinicius Alves

Ativos mencionados na matéria

Publicidade

Após mais de uma década de embates nos tribunais, a Rede D’Or São Luiz (RDOR3) e os fundos imobiliários HCRI11 (Hospital da Criança) e NSLU11 (Hospital Nossa Senhora de Lourdes) caminham para encerrar de vez suas disputas judiciais. Às 16h24, os fundos operavam com alta de 5,03% e 8,77%, respectivamente.

Segundo fatos relevantes divulgados pelo BTG Pactual, administrador dos dois fundos, foram definidos termos para um acordo que inclui compensações milionárias e a assinatura de novos contratos de longo prazo.

Pelos termos propostos, o HCRI11 deve receber R$ 13 milhões, enquanto o NSLU11 teria direito a R$ 150 milhões referentes a diferenças de aluguel atreladas ao faturamento. O pagamento será dividido em duas etapas: um sinal mínimo equivalente a 28% do valor total e o saldo parcelado em até 216 meses, corrigido pelo IPCA.

Continua depois da publicidade

Leia Mais: Gigante do mercado imobiliário se rende aos FIIs e revela como escolhe seus fundos

Além da compensação financeira, as partes concordaram em renovar os contratos de locação por um prazo mínimo de 28 anos, mas com uma mudança relevante: a exclusão da cláusula que vinculava os aluguéis ao percentual de faturamento dos hospitais.

A revisão dos valores passará a ser feita a partir da média de três laudos de avaliação preparados por empresas independentes, entre elas Cushman & Wakefield e Colliers, além de uma terceira escolhida em comum acordo.

O contrato prevê ainda que só haverá reajuste após os sete primeiros anos de vigência e estabelece multas em caso de rescisão antecipada por parte da Rede D’Or.

Entenda o caso

Em 2016, a inquilina Rede D’Or entrou com ação no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ – SP) pedindo a revisão do valor da locação do imóvel onde funciona o hospital. O entendimento inicial, em 2019, fixou o aluguel em R$ 1,460 milhão, redução de 16,9% na comparação com o então valor vigente.

A disputa voltou em 2021, quando a operadora buscou barrar a cobrança de aluguel atrelado ao faturamento.

Continua depois da publicidade

Em 2023, porém, a Justiça entendeu que a Rede D’Or descumpriu obrigações contratuais ao não apresentar os demonstrativos financeiros exigidos para o cálculo, e o pedido foi considerado improcedente.

Por sua vez, o NSLU11 entrou na Justiça, em dezembro de 2024, para cobrar uma dívida milionária da Rede D’Or São Luiz .

Segundo fato relevante divulgado à época, o fundo apontava que a companhia devia R$ 167,28 milhões, valor referente à cláusula contratual que vinculava o aluguel a 8% do faturamento do hospital.

Continua depois da publicidade

Leia Mais: FII assina com Mercado Livre maior “contrato sob medida” em desenvolvimento no País