FIDCs, o “ouro” da renda fixa: como esses fundos podem amortecer cenários voláteis, segundo a Solis

Um dos maiores especialistas do Brasil em FIDCs, Ricardo Binelli, sócio e gestor na Solis Investimentos, participou do episódio número 60 do Outliers

Clara Sodré

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Em um momento de volatilidade como o atual, encontrar alternativas de investimentos que ofereçam estabilidade é relevante para o investidor. Para além dos clichês da renda fixa, Ricardo Binelli, sócio e gestor na Solis Investimentos, contou no episódio número 60 do podcast Outliers como os Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDCs) são cada vez mais uma opção de diversificação da carteira, e fez um panorama dessa indústria, que tem crescido consideravelmente no Brasil.

O Outliers é apresentado por Samuel Ponsoni, gestor de fundos da família Selection na XP, e Carol Oliveira, coordenadora de análise de fundos da XP.

A Solis Investimentos é uma gestora de referência em FIDCs no Brasil, com cerca de R$ 5,9 bi sob gestão. Binelli falou sobre a família de fundos “Solis Antares”, que está prestes a completar dez anos de existência. O gestor destaca que nessa década, os fundos passaram por momentos de crise, pandemia, diferentes presidentes e equipes econômicas, mas mantiveram sua consistência de retornos positivos.

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De acordo com o gestor, essa consistência é resultado de uma carteira focada em uma boa relação de risco e retorno dos ativos, em que a diversificação tem o papel principal de mitigar o risco de inadimplência. O gestor ressalta a função dos FIDCs de diminuir a volatilidade das carteiras, reforçando a baixa volatilidade que eles mesmos oferecem.

Binelli também explicou como são estruturadas as operações de crédito que fazem parte do portfólio desses FIDCs, trazendo exemplos práticos a respeito de prazo e segurança. De acordo com o gestor, os contratos objetivam antecipar recursos para as empresas, como uma forma de adiantamento de contratos, provendo liquidez.

Quando questionado acerca do cenário atual, Binelli contou que enxerga nos FIDCs um papel importante de trazer estabilidade às carteiras. Ainda de acordo com o gestor, mesmo em um cenário macroeconômico instável, é possível ter um portfólio consistente e com baixa inadimplência, desde que seja feita uma boa seleção de carteira.

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Resiliência em momentos de crise

O ano de 2020 foi um período marcante para todo o mercado em um aspecto: a iliquidez. Estruturalmente, os FIDCs já são títulos com liquidez limitada, mas Binelli contou que a Solis possui uma política de liquidez eficaz. Entretanto, o gestor disse que o cenário de 2020 exigiu esforços extras para manter o portfolio equilibrado e sem marcações negativas: a antecipação de recebíveis.

Ter um bom relacionamento com as investidas contou a favor. Binelli contou que entrou em contato com os emissores que tinha na carteira, relatando que precisaria sair da posição e questionando a possibilidade de antecipação de parcelas. O movimento deu certo, e o valor de caixa levantado foi o suficiente para cobrir os resgates e manter o portfolio equilibrado.

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Quando perguntado sobre grandes aprendizados em sua carreira, Binelli citou “honestidade, propósito e transparência” como três pilares vitais para a atuação dentro do mundo dos investimentos. Para ele, esses foram aspectos importantes que o ajudaram a transitar pelo cenário de iliquidez do mercado de maneira assertiva.

A entrevista completa e os episódios anteriores podem ser conferidos por SpotifyDeezerSpreakerApple e demais agregadores de podcasts. Além disso, o podcast também está disponível no formato de vídeo no canal da XP no Youtube.