Famílias ricas voltam a se apoiar em hedge funds, diz BlackRock

Gestores se beneficiaram de apostas em ações de tecnologia e amplos estímulos econômicos

Bloomberg

(Blue Planet Studio/ Getty Images)

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(Bloomberg) — Family offices voltam a recorrer aos hedge funds.

Mais de 30% das 185 empresas de investimento para clãs abastados planejam aumentar as alocações em meio à turbulência econômica causada pela pandemia de Covid-19, de acordo com pesquisa divulgada na quarta-feira pela BlackRock e Juniper Place, uma empresa de Londres que ajuda gestoras de ativos a levantar capital.

Family offices e outros investidores têm se afastado dos hedge funds nos últimos anos, com queixas sobre altas comissões e retornos medíocres.

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Mas a crise de saúde deu um impulso a alguns desses gestores, especialmente os de renda variável, que se beneficiaram de fortes apostas em ações de tecnologia e amplos estímulos econômicos que levaram índices acionários a novas máximas.

“A recente turbulência do mercado e a expectativa de volatilidade sustentada no médio prazo revigoraram o apelo dos hedge funds”, disseram BlackRock e Juniper Place no relatório.

Family offices proliferaram nos últimos anos, em linha com o aumento das fortunas em tecnologia, finanças e imóveis. Alguns dos maiores family offices incluem a Cascade Investment, de Bill Gates, e a Bayshore Global Management, de Sergey Brin.

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Existem agora mais de 10 mil family offices no mundo todo, de acordo com a empresa de contabilidade EY. Family offices únicos, que têm apenas um cliente, tinham ativos médios de US$ 802 milhões, de acordo com pesquisa publicada em 2019 pela Campden Wealth e UBS.

Mais de 75% dos family offices disseram preferir hedge funds com estratégia comprada-vendida em ações, de acordo com a pesquisa BlackRock realizada em julho e agosto.

Esses fundos tiveram a estratégia ampla de melhor desempenho no ano passado, com ganho de cerca de 4% até novembro em uma base ponderada por ativos, segundo dados da Hedge Fund Research.

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As empresas também planejam aumentar as alocações em classes de ativos que tipicamente constituíam a maior parte de suas carteiras antes da chegada da pandemia, como private equity e setor imobiliário, de acordo com o relatório.

Além disso, exploram cada vez mais investimentos sustentáveis, e 80% dos family offices agora incluem algum tipo em seu portfólio.

Sheryl Needham, responsável por family offices da BlackRock para Europa, Oriente Médio e África, disse em comunicado que esse segmento já não considera que o investimento sustentável compromete os retornos.

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A BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, administrava US$ 7,8 trilhões no final de setembro.

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