https://youtu.be/x_02FbcJR44
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A máxima de “compra na baixa e vende na alta”, alardeada como um dos princípios básicos de quem atua no mercado de renda variável, passa longe de ser uma realidade de muitos investidores. Propostas de ganho fácil, rápido e sem riscos, que muitas vezes são indicativos claros de pirâmides financeiras, ainda atraem muitos e com perdas potencialmente elevadas. O que leva o investidor a agir de forma tão irracional, comprometendo sua saúde financeira, foi o tema de um dos principais painéis da Expert XP 2021, que reuniu uma das maiores especialistas em psicologia econômica, Vera Rita Ferreira, e Marcelo Mello, vice-presidente de Investimento, Vida e Previdência da SulAmérica.
No encontro, que fechou a participação da SulAmérica no maior festival de investimentos do mundo, o debate girou em torno da importância do equilíbrio entre saúde emocional, física e financeira, conceito que a SulAmérica chama de Saúde Integral.
“A saúde nestes três pilares é um ponto perseguido por nós na companhia. Na saúde financeira, por exemplo, temos um olhar orientador para o cliente e um processo robusto para tomada de decisão”, comenta Mello, acrescentando que esta robustez ajuda os gestores a evitarem alguns vieses comportamentais que poderiam levar a erros na montagem do portfólio dos clientes.
Hoje a SulAmérica tem mais de 7 milhões de clientes por meio de produtos e serviços de saúde, odontológico, vida, previdência e investimentos. Foi esta diversidade de produtos que levou a companhia a, recentemente, ampliar seu olhar para o conceito de Saúde Integral, que coloca saúde física, emocional e financeira de mãos dadas para oferecer as melhores soluções de proteção que façam mais sentido de acordo com a fase de vida de cada um.
“Temos 25 anos da SulAmérica Investimentos e muita coisa no Brasil mudou, com mais educação financeira e um mercado de capitais robusto, mas o desafio de fazer o investidor ser mais diligente na tomada de decisão, e menos emocional, permanece”, avalia Mello.
Passado imediatista
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A psicóloga especialista em finanças comportamentais destacou vários vieses que levam o investidor, mesmo aquele com conhecimento técnico, a cometer erros e lembrou que a dificuldade de o brasileiro ter disciplina no planejamento de longo prazo é uma herança do período inflacionário. “Por muito tempo o brasileiro viveu o dia a dia, sem poder planejar o futuro, e este passado imediatista ainda nos condena a um olhar míope, de curto prazo”, comenta Vera.
Os dois palestrantes destacaram o problema da aversão a perdas, um dos vieses que mais prejudicam o investidor em seu processo de tomada de decisão. “O problema não é a aversão ao risco, mas a aversão à perda, que faz com que o investidor venda e tenha prejuízo quando a cota cai. Ele não suporta perda”, analisa Mello, acrescentando que este comportamento ocorre mesmo com investidores experientes e que conhecem o mercado.
A especialista citou ainda o chamado viés de estimação, aquele erro sistemático cometido pelo investidor, e o viés de confirmação. “Ele só acredita no que reforça o que ele já acredita, ou seja, se ele gosta da informação ele leva em conta, se não gosta, mesmo sendo verdadeira, ele descarta”, explica Vera.
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Atenção às ciladas
O executivo da SulAmérica lembrou que as pirâmides econômicas de tempos em tempos voltam a ocorrer e levam muitos a prejuízos. “Depois, todos consideram um absurdo terem acreditado em um dinheiro fácil, mas passa um tempo e outra pirâmide é montada e novos investidores acreditam no esquema”, comentou Mello, lembrando a talvez maior pirâmide financeira da história produzida por Bernie Madoff nos Estados Unidos.
“O conjunto de informações era claro – estrutura de investimento que não oscilava, um investidor que só contava boas notícias, e sem nenhum limite de capacidade, além de não abrir a carteira aos investidores. Mesmo assim, grandes investidores perderam bilhões.”
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Para a psicóloga, “dinheiro grande e rápido é quase irresistível e brilha os olhos de todos, mas não existe”. O que explica, em parte, este desvio básico é o que ela chama de “semáforo emocional”.
Ela lembra que, quando algo que nos é apresentado soa agradável e combina com nossas crenças e expectativas, acende uma luz verde mental e acreditamos que aquilo é real. “Mas se o que vier for algo que possa nos frustrar, que não combina com o que já penso e acredito, a luz que acende é vermelha e varremos a informação para debaixo do tapete.”
Assessoria especializada
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Na tentativa de reduzir o impacto das emoções no processo de investimento, Marcello Mello e Vera Ferreira destacam a importância de que haja um assessoramento, ou um terceiro a olhar para aquela realidade do investidor. “Olhar externo é importante. Um especialista não terá ausência de vieses, porque isto é impossível, mas talvez sejam vieses diferentes dos que o investidor tenha e pode funcionar”, avalia a psicóloga.
O executivo da SulAmérica acrescentou que há uma evolução, que já ocorre nos Estados Unidos, que são alguns modelos de negócios de advisors que não levam em consideração só o questionário de suitability, mas o comportamento dos investimentos ao longo do tempo. “Isto permite confrontar o que ele colocou nos documentos com sua forma de se comportar e, via de regra, existe diferença grande entre a prática e a teoria”, afirmou.
No encerramento do painel, Marcelo Mello lembrou do esforço da SulAmérica para educar financeiramente o investidor e oferecer produtos cada vez mais diversificados. Para saber mais, acesse www.sulamericainvestimentos.com.br.