Executivo revela onde o maior fundo de pensão do Canadá aplica no Brasil

Fundo conta com uma estratégia global de investimentos e confia no futuro do país

Leonardo Pires Uller

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SÃO PAULO – Recessão, inflação acima da meta, desemprego em alta e uma séria crise política e institucional: é esse o péssimo cenário que a economia brasileira enfrenta no momento atual. No entanto, se isso pode assustar muitos investidores daqui e de fora, esse definitivamente não é o caso da CPP Investiment Board, gestora responsável pela alocação de todo patrimônio do fundo de pensão estatal do Canadá.

“Nós miramos sempre no longo prazo e, nesse cenário, o Brasil é, sim, uma ótima aposta”, crava Rodolfo Spielmann, responsável pela CPPIB na América Latina. Com diversificação global, o fundo aplica 3% de seu patrimônio na região, o que equivale a um patrimônio total de US$ 9 bilhões. O patrimônio completo do fundo está em US$ 300,5 bilhões, alocado majoritariamente nos EUA, Canadá e Reino Unido.

O primeiro investimento deles na América Latina foi feito no Chile, em 2006. Na sequência, vieram investimentos no Peru, Colômbia, México e no Brasil, onde fica um dos escritórios da gestora. Por aqui, muito do dinheiro aplicado se concentra em fundos de investimento de private equities e no mercado imobiliário.

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Entre as aplicações no mercado imobiliário estão o investimento em logística e em shoppings centers, além de uma participação na Cyrela Commercial Properties. Spielmann explica que a gestora enxerga o país como um local com estabilidade política e institucional e que traz um ambiente seguro para se investir. Com isso, nem fatores como a perda do grau de investimento por parte das agências de risco em relação ao país assustam a gestora, aponta.

Ele comenta que os investimentos são feitos sempre partindo de uma boa relação entre a CPPIB e os responsáveis pelos ativos que receberão aportes. “Não somos investidores ativistas agressivos, que pensam em mudar uma companhia inteira, e também não somos investidores passivos, que deixamos tudo na mão da gestão atual das companhias. Estamos em algum lugar no meio, oferecendo membros para os conselhos e trazendo ideias. Até hoje, não tivemos problemas ou decepções com nenhum de nossos investimentos na região”, explica Spielmann.

Ele ainda comenta que, como no momento atual, a pirâmide etária do Canadá faz com que a gestora receba mais dinheiro do que tenha que pagar em benefícios, isso dá um horizonte e conforto maior para aplicar em empresas, sem ter que pensar com tanta prioridade na saída de seu dinheiro.