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Esperança de cortes de juros ainda neste ano pelo Fed são “equivocadas”, avalia BlackRock

Na visão da gestora, pressões de salários seguem gerando preocupação e será preciso provocar uma recessão para trazer inflação para a meta

Bruna Furlani

(Getty Images)

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A visão defendida por parte dos agentes financeiros de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) terá condições de iniciar um ciclo de cortes neste ano parece “equivocada”, alertou a BlackRock, maior gestora de ativos do mundo.

Em carta divulgada nesta semana, a casa alegou que o índice de custo de emprego registrou um crescimento em torno de 5% nos três primeiros meses do ano na comparação anual, o que é considerado elevado pela equipe da gestora.

“Se mantiver esse ritmo, a inflação de serviços vai seguir um problema e a inflação no geral vai continuar acima da meta de 2% do Fed”, observou.

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Na visão da gestora, o único jeito de fazer com que a inflação volte a convergir para a meta é provocando uma recessão nos Estados Unidos. Nesse sentido, a BlackRock avalia que o Fed tem sinalizado que está disposto a tolerar os “danos econômicos” e eventuais rachaduras no sistema financeiro, como as falências de três bancos regionais nos Estados Unidos entre março e abril, para garantir a convergência da inflação.

Uma visão mais cautelosa também foi defendida pelo presidente do Fed, Jerome Powell, na quarta-feira (3) após a decisão que elevou os juros dos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual, para a faixa entre 5% e 5,25% ao ano. Na ocasião, o dirigente descartou a possibilidade de realizar cortes de juros em um cenário de persistência inflacionária nos Estados Unidos.

Apesar disso, agentes financeiros voltaram a colocar na mesa a possibilidade de que o corte de juros ocorresse já em julho, e não mais a partir de setembro.

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Segundo dados da ferramenta do CME Group, na tarde desta quinta-feira (4), os agentes precificavam que havia 58% de chance de o Fed realizar um corte de 0,25 ponto percentual em julho – o que traria a taxa dos Fed Funds para o patamar entre 4,75% e 5% ao ano. A título de comparação, uma semana antes, a possibilidade de um corte de juros de mesma magnitude em julho era estimada em apenas 21%.

Alocações

De olho em um cenário ainda bastante delicado para a economia americana devido à manutenção da taxa de juros em patamar elevado, a casa tem adotado uma alocação abaixo da média de mercado (underweight) para ações de países desenvolvidos, como Estados Unidos, Europa, Reino Unido e Japão, de forma tática.

Na avaliação da BlackRock, o ciclo de aperto monetário nesses locais deve provocar crises financeiras e danos econômicos, o que afetaria os mercados acionários. “As expectativas de lucro das empresas ainda precisam refletir uma recessão, ainda que modesta”, defendeu a gestora ao comentar sobre a situação nos Estados Unidos.

Já ao falar sobre China, a casa disse que está com uma alocação acima da média de mercado (overweight) em ações do país para os próximos seis a 12 meses, embora tenha mantido a cautela para períodos mais longos.

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Em sua justificativa, a equipe de análise destacou que a retomada do país deve impulsionar oportunidades no curto prazo, mas ponderou que os riscos geopolíticos cresceram, o que poderia trazer mais riscos e desafios para alocações de longo prazo.

Embora tenha feito comentários sobre a alocação sugerida em alguns países emergentes, a BlackRock não fez nenhuma citação específica sobre o Brasil no documento.

Fora do ambiente acionário, outra aposta da casa está nos títulos americanos (Treasuries) de curto prazo. Para a BlackRock, a renda oferecida por eles é “atraente” e o risco de crédito é limitado.

A casa, porém, não descartou um aumento temporário nos rendimentos de alguns títulos do governo, à medida em que o calendário se aproximar da data em que o Tesouro pode ter que priorizar alguns pagamentos de dívidas sobre outras obrigações.

De olho em oscilações maiores nos rendimentos de títulos de longo prazo do Tesouro americano, a casa sugeriu apenas uma alocação abaixo da média de mercado para esses tipos de papéis. Segundo ela, a subida nos rendimentos fará com que investidores exijam ainda mais prêmio de risco para alocar nos títulos.

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