Entenda a diferença entre o rating e a recomendação dada por analistas

Classificação de crédito e risco de inadimplência e análise do risco e retorno esperado dos ativos diferencia os termos

Camila Schoti

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SÃO PAULO – É comum as pessoas ouvirem falar em recomendação de ações ou rating de empresas e confundirem as duas coisas. Normalmente, a idéia que se tem é que tanto o rating como a recomendação dizem respeito à mesma coisa: que decisão tomar a respeito das ações que possui, ou deseja possuir.

Entretanto, os dois termos se referem a informações distintas e têm funções diferentes. O rating, ou a classificação de risco de uma empresa, é um mecanismo de classificação da qualidade de crédito de uma empresa, enquanto que a recomendação, além de levar em consideração o risco, também considera o retorno esperado do ativo.

Recomendação de ações
A recomendação é dada por corretoras e bancos de investimentos que analisam o risco e o retorno das empresas e seus ativos, de forma que, além de considerar fatores de risco incluídos na análise de rating, a recomendação também analisa se o ativo está caro ou barato e quais as possibilidades de retorno atribuídas a estes ativos.

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Entretanto, não existe um padrão de recomendações, porque cada corretora ou banco de investimento pode possuir metodologia e nomenclatura própria para suas recomendações. No entanto, a maioria das instituições atua com recomendações referentes a compra, venda ou manutenção dos ativos.

Compra ou outperform?
Dependendo da instituição que atribuiu a recomendação, a idéia de que um determinado ativo está caro ou pode apresentar menor rentabilidade, pode ser dada através da recomendação de venda, ou underperform que, para alguns bancos, significa que dentro de um universo analisado, e não necessariamente de todo o Ibovespa por exemplo, estas ações devem ter um desempenho inferior à media deste universo.

Já quando o ativo é considerado barato ou que deve apresentar boa rentabilidade, a classificação pode ser de compra ou outperform, que seria o oposto à underperform e, dentro de um determinado universo de análise, o ativo deverá apresentar rendimento superior ao da média deste universo. Ativos que são considerados como ótimas opções de compra podem também ser classificados como top pick.

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Além disso, as instituições também podem recomendar a manutenção do ativo ou o market perform, que indica que o ativo deverá apresentar um desempenho em linha com o do mercado, ou com o universo analisado.

Rating classifica risco de inadimplência
O rating, por sua vez, é mensurado por agências de classificação de risco e busca medir a probabilidade de uma empresa ou país de não ser capaz de cumprir com suas obrigações financeiras, incluindo-se a probabilidade de atrasos.

Essa classificação fornece aos potenciais credores uma opinião independente a respeito do risco de crédito do objeto analisado, sendo que neste segmento, as três principais organizações que prestam esse serviço em escala global são as norte-americanas Moody’s, Standard & Poor’s (S&P) e a Fitch Ratings.

Não existe um padrão para denominar ratings
Também entre estas instituições não existe um padrão de classificação de risco, de forma que cada uma delas possui sua própria escala. Por exemplo, enquanto que para a S&P uma empresa que apresenta segurança máxima tem o rating AAA, para a Moody’s a mesma classificação de risco é dada por Aaa.

No mesmo sentido, um investimento considerado especulativo pela Fitch Rating e é classificado por BB, a Moody’s o classifica como Ba2. Embora sejam “códigos” distintos, existe uma classificação semelhante que vai de segurança máxima até alto risco de insolvência.