Em meio à queda dos fundos imobiliários, gestores vão às compras

RBR e Hedge estão de olho em oportunidades para seus fundos de fundos; professor do InfoMoney recomenda cautela e compras feitas aos poucos

Mariana Zonta d'Ávila

SÃO PAULO – A forte queda dos preços no mercado de renda variável por conta de uma maior preocupação global com a escalada do coronavírus tem levado investidores a irem às compras no mercado de fundos imobiliários.

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No ano até 13 de março, o Ifix, índice que acompanha os principais FIIs listados na B3, tem queda de 15,5%, após apresentar retornos positivos pelos últimos cinco anos.

Com preços retomando patamares encontrados em outubro de 2019, gestores têm optado por aumentar suas posições em meio a novas oportunidades, em especial nos segmentos de shopping centers, lajes corporativas e galpões logísticos. É o caso de André Freitas, diretor da Hedge Investments, e Ricardo Almendra, CEO da gestora RBR. As duas casas gerem fundos de fundos.

“Por mais que estejamos em um ambiente turbulento, com o Brasil e o mundo crescendo menos, quando analisamos a relação entre oferta e demanda para alguns setores, o mercado imobiliário tem fundos ficando muito baratos”, afirma Almendra.

A posição em galpões logísticos, que estava zerada desde dezembro, voltou a integrar o portfólio do RBR Alpha nos últimos dias, dado o preço mais atrativo. Atualmente, 60% do fundo está alocado em fundos de tijolo, enquanto o restante (40%) está em fundos de recebíveis imobiliários ou em ativos mais líquidos de renda fixa (caixa).

Almendra conta que, no último ano, os fundos preferidos da gestora pagavam um retorno médio de 13% ao ano, em um horizonte de três anos. Hoje, após as quedas, diz, a taxa interna de retorno desses produtos subiu para 20% ao ano. “O número já era alto, mas foi reduzindo com a valorização dos FIIs em 2019. Agora, voltou a ficar interessante.”

Em entrevista ao InfoMoney, Freitas contou que fez uma alocação mais tática em fundos de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) nos últimos meses, devido aos retornos mais atrativos no segmento e pelo maior número de ofertas. Mas que vê o momento atual como favorável para o aumento da posição em fundos corporativos, antes com yields mais apertados e preços mais salgados.

Ifix x Ibovespa

Apesar da forte queda do Ifix no ano, o índice de fundos imobiliários recua menos do que o Ibovespa. No período, o principal benchmark de renda variável apresenta queda de 28,5%.

Freitas, da Hedge, destaca o perfil mais defensivo dos fundos imobiliários em momentos de crise quando comparados com o mercado de ações. A menor presença do capital estrangeiro nos FIIs, segundo ele, é um dos principais fatores para uma menor volatilidade na classe. “Enquanto o Ibovespa perdeu dois anos de rentabilidade nos últimos dias, o Ifix perdeu três meses”, destaca.

É hora de ir às compras?

Apesar de ver oportunidades no mercado, Almendra reconhece que ainda há muita incerteza pela frente e, portanto, não se vê confortável em aumentar a exposição para 100% do risco que poderia ter.

Para quem está olhando com calma para o mercado, o professor do InfoMoney Arthur Vieira de Moraes afirma que as quedas podem servir para aumento de posição, desde que o investidor lembre que não está investindo em ações, isto é, que não é só porque caiu muito que deve ter algum repique de alta.

Além disso, ressalta que o investidor deve utilizar apenas o dinheiro que está sobrando para investir, e não aquele destinado à reserva de emergência. “A reserva de emergência é para que você tenha tranquilidade para atravessar momentos de crise, como esse”, diz.

Como não é possível prever até onde irá a queda nem quanto tempo levará para uma recuperação, Moraes recomenda cautela e a compra dos produtos aos poucos, ao longo dos próximos meses.

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