Em live com 6 mil pessoas, Alaska diz seguir confiante com a Bolsa e afirma que captações têm superado os resgates

Carteiras estão com posições 100% compradas em ações, após movimento tático de zeragem em câmbio e em juros

Beatriz Cutait

(Flavio Santana/Biofoto)

SÃO PAULO – Com mais de 120 mil cotistas apenas em seu fundo de ações Alaska Black Institucional FIA, o gestor e sócio da Alaska Henrique Bredda fez, ao lado dos sócios Ney Miyamoto e Luiz Alves Paes de Barros, uma transmissão ao vivo via Instagram que contou com a participação de cerca de 6 mil pessoas nesta quinta-feira.

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Com o intuito de acalmar os ânimos de seus cotistas, Bredda destacou que segue confiante nos fundamentos das empresas, especialmente as do mercado doméstico, e afirmou que as carteiras estão com posições 100% compradas em ações, ainda que a Bolsa possa estar exposta a novas quedas.

Em um movimento tido como tático, a gestora zerou entre quarta (11) e quinta-feira (12) as posições do Alaska Black BDR em operações de juros e dólar, no qual estava “vendido” (posicionado para a queda da moeda), e pretende retomá-las quando identificar uma pequena normalização dos mercados.

“Quando o mercado fica disfuncional, a gente sai, fica extremamente líquido com essas operações e vai voltando ao longo do tempo aos poucos”, afirmou Bredda.

Segundo os sócios do Alaska, os fundos têm tido mais captações que resgates, o que, segundo Miyamoto, mostra uma maturidade muito grande do investidor. “Seguimos muito confiantes”, afirmou.

Confira a seguir os principais trechos da live.

Quebra do fundo

Segundo os gestores do Alaska, muitos cotistas têm questionado sobre uma eventual quebra dos fundos, especialmente em meio às perdas do fundo Ponta Azul, também administrado pelo BTG Pactual, e com posições em Magazine Luiza, uma das mais conhecidas apostas da Alaska. “Podem ficar tranquilos que é muito improvável a gente poder quebrar”, afirmou Miyamoto.

Comparação com crise de 2008

“Quando você compara a magnitude da queda, é menor que em outras crises”, afirmou Bredda, em referência a 2008 e ao período de 1997 a 2002. “O que tem de mais intenso? A velocidade da queda.”

Segundo Bredda, quando o Ibovespa operava próximos aos 115 mil pontos, a gestora já enxergava ativos baratos no Brasil e está aproveitando o momento atual apenas para fazer um pouco de rebalanceamento.

“De forma geral, a gente acredita que a recuperação cíclica no Brasil vai continuar. A diferença é que, com o mundo desacelerando, deixa o Brasil como uma oportunidade para os outros”, disse Bredda, ressaltando que o país tende a ficar cada vez mais atrativo.

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Posições mais vinculadas à cena doméstica têm sido privilegiadas nos fundos de ações, caso de Magazine Luiza, Aliansce Sonae e Cogna, com certa diluição de papéis ligados a commodities.

As carteiras dos fundos long only e de BDRs estão, portanto, praticamente idênticas, apenas com ações, com as principais posições ainda em Klabin, Magazine Luizza, Cogna, Aliansce, Braskem e Rumo.

Os sócios da Alaska disseram ainda que as posições em papéis menos líquidos, como Valid, Marcopolo e São Carlos, respondem por uma fatia entre 12% e 15% dos fundos.

Aportes maiores que os resgates

Na transmissão, os sócios da Alaska ainda disseram que estão registrando mais aportes que resgates de recursos, com uma “reciclagem de cotistas”. Apenas nesses dias de “circuit breaker”, a entrada líquida teria sido de R$ 26 milhões.

“Outros gestores estão sentindo a mesma coisa, principalmente pelos investidores que vêm de plataformas. Então eu não compacto com aquela ideia de que, daqui a 30 dias, a indústria vai sofrer, que vai ser necessário vender pra dar conta dos resgates”, disse Bredda.

A gestora tem hoje cerca de R$ 12 bilhões, dos quais algo em torno de 30% apenas dos sócios, que poderiam ser utilizados para liquidez, se necessário.

O sono do príncipe

Conhecido como um dos maiores investidores da Bolsa e detentor do fundo exclusivo Poland, Luiz Alves disse que, em meio ao pânico visto nos mercados, as ações ficaram ainda mais baratas do que já estavam, e que pessoalmente acelerou suas posições, mencionando discrepâncias de preços vistas em papéis como os da Petrobras, da Vale e da Braskem. “Mas, infelizmente, pode piorar antes de melhorar. O objetivo é comprar ação barata.”

Ele ainda destacou que cotistas sem necessidade de liquidez devem permanecer investidos, dado que situações como esta já aconteceram em sua vida “dezenas de vezes”, porém com sinais diferentes agora. “Tenho dormido feito um príncipe”, brincou.

“A torcida é de todos nós, o momento é excelente, mas todo mundo tem que deixar dinheiro para suas necessidades prementes e não arriscar tudo na Bolsa, porque pode acontecer algum drama. Aprendi com o doutor Aloysio Faria [banqueiro, domo do grupo Alfa]: piorar é fácil, melhorar que é difícil.”

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Beatriz Cutait

Editora de investimentos do InfoMoney e planejadora financeira com certificação CFP, responsável pela cobertura do universo de investimentos financeiros, com foco em pessoa física.