Em dia de forte aversão a risco, ETF XINA11 perde patamar de R$ 5,90 e recua mais de 2%

No acumulado do ano, a situação do XINA11 é ainda mais dramática: o ETF apresenta um retorno negativo de quase 33%

Bruna Furlani

Estátua de Mao e bandeira da China (Foto: Getty Images)

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A desaceleração das exportações chinesas em abril reforçou mais um dia de forte volatilidade e aversão a risco nos mercados nesta segunda-feira (9). As preocupações em torno dos efeitos dos bloqueios de cidades e da queda da demanda impactaram também o único fundo de índice (ETF) da B3 focado em ações da China, o Trend China (XINA11).

No fechamento de hoje, o ETF terminou o dia negociado a R$ 5,77, o que representou uma queda de 2,20%. Há seis dias seguidos, esse papel negociava sempre acima dos R$ 5,90. No acumulado do ano, a situação do XINA11 é ainda mais dramática: o ETF apresenta um retorno negativo de quase 33% até o fechamento de sexta-feira (6).

O recuo está ligado a dados mais fracos de atividade econômica apresentados nos últimos meses na China. Hoje, especificamente foram divulgados números da balança comercial chinesa em abril, que indicaram um forte desaquecimento na comparação mensal.

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Na prática, as exportações avançaram 3,9% no mês, na comparação interanual, segundo a Administração Geral das Alfândegas do país. Trata-se do nível mais baixo em quase dois anos. O resultado, no entanto, veio em linha com a expectativa dos economistas consultados pelo The Wall Street Journal. Em março, o crescimento foi de 14,7%.

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As importações chinesas, por sua vez, ficaram estáveis (0,0%) em abril, em relação ao mesmo período de 2021. A previsão dos analistas era de recuo de 3,0% no mês.

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Em relatório, a economista Susan Joho, do banco suíço Julius Baer, disse que a queda no crescimento das exportações ressalta o quanto a ação rigorosa para contenção do coronavírus tem prejudicado a atividade econômica, por meio de paralisações na produção e entrega de mercadorias.

“Se continuar assim, é esperada uma lentidão acentuada do crescimento econômico no atual trimestre e possivelmente no próximo”, disse a analista do Julius Baer.

Em entrevista ao InfoMoney, Roberto Attuch, CEO da Ohmresearch, disse que lockdowns chineses só tendem a piorar a situação das cadeias produtivas, que ainda não havia sido normalizada dos gargalos da pandemia. “Essa insanidade de Covid zero só está piorando as cadeias, com efeito na inflação”, afirmou o especialista.

Já o Credit Suisse tem visão um pouco diferente e acredita que não é possível atribuir a maior parte da fraqueza das exportações aos bloqueios. Pelo contrário. O banco vê uma contribuição significativa de uma menor demanda externa por produtos chineses para o desempenho. Pelos cálculos da instituição, entre um quarto e um terço da queda nas exportações pode ser atribuído aos lockdowns.

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