Em dia de Copom e maior aversão ao risco, taxas de títulos do Tesouro Direto operam sem direção definida

Investidores aguardam decisão de política monetária, no Brasil, e acompanham balanços corporativos e segunda onda de contaminações da Covid-19 no mundo

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – Em um dia de maior aversão ao risco, com o avanço da Covid-19 na Europa e decepção com um novo pacote de estímulos nos Estados Unidos, as taxas pagas pelos títulos públicos do Tesouro Direto operam sem direção definida nesta tarde.

Os papéis amenizaram a alta apresentada pela manhã, mas os títulos curtos seguiram apresentando avanço em relação aos prêmios ofertados no pregão anterior.

O título prefixado com vencimento em 2023 pagava uma taxa anual de 5,12% nesta tarde, ante 5,09% a.a. na terça-feira (27). O juro pago pelo mesmo papel com prazo em 2026, por sua vez, operava próximo da estabilidade, com taxa de 7,34% ao ano.

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Mais cedo, os papéis pagavam prêmios de 5,18% e 7,46% ao ano, respectivamente.

Entre os títulos indexados à inflação, o com prazo em 2026 oferecia um prêmio anual de 3,06%, frente a taxa de 3,04% ao ano anteriormente. Já a taxa do Tesouro IPCA+ 2035 recuava de 4,17% para 4,14% ao ano.

No caso do Tesouro Selic, a taxa de deságio permanece praticamente estável em relação à apresentada anteriormente, em torno de 0,19%.

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No câmbio, o dólar operava em alta de 0,9%, por volta das 16h, negociado a R$ 5,73.

Diante da forte alta da moeda americana, o Banco Central interveio por meio de um leilão de moeda à vista, com venda de US$ 1,04 bilhão.

Os investidores também aguardam hoje pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que deve manter a taxa Selic em 2% ao ano.

Pesquisa da XP Investimentos com 32 gestores de fundos multimercado macro mostra uma expectativa generalizada de juros intactos no encontro desta quarta-feira, porém, diante de previsões inflacionárias cada vez mais altas, o mercado vê um aumento na taxa básica de juros já no próximo ano.

Uma parcela de 65,6% dos gestores consultados espera que a Selic suba em 2021, com metade acreditando que a alta se dará entre o terceiro e o quarto trimestre.

Segundo o levantamento, a expectativa mediana aponta para inflação de 3,2% em 2020, uma piora em relação aos 2% do levantamento anterior, em setembro.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos nesta quarta-feira (28):

Fonte: Tesouro Direto

Quadro internacional

No exterior, o dia foi marcado pelas preocupações sobre o crescente aumento no número de casos de coronavírus na Europa, China e nos Estados Unidos.

A chanceler alemã, Angela Merkel, conseguiu nesta tarde um acordo para fazer um lockdown parcial de um mês na Alemanha. Haverá regras mais rígidas à mobilidade e fechamento de bares, restaurantes e estabelecimentos de lazer até o fim de novembro.

No velho continente, as autoridades vêm instituindo novas restrições nas últimas semanas. A França registrou 52 mil novos casos no domingo, e dois terços da população do país já vivem sob um toque de recolher noturno.

De acordo com a imprensa francesa, o presidente Emmanuel Macron deve anunciar novas medidas de contenção do vírus hoje à noite, e há especulação sobre a possibilidade de estabelecer um novo lockdown em certos locais do país.

Também contribuiu para o sentimento negativo dos mercados a afirmação do presidente americano, Donald Trump, de que não haverá pacote de estímulos antes das eleições presidenciais, em 3 de novembro.

Segundo dados da universidade Johns Hopkins, a média móvel de novas infecções pela Covid-19 nos EUA atingiu um recorde de 69.967.

Política e balanços do 3º tri

No Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou, na segunda-feira (26), durante evento virtual da Academia Brasileira de Direito Constitucional, que acordos políticos têm dificultado o andamento das privatizações.

Em resposta a Guedes, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse ontem que quem tem paralisado os trabalhos da Câmara é a própria base do governo.

Por fim, no noticiário corporativo, os investidores monitoram os balanços do terceiro trimestre da Vale (VALE3), da Petrobras (PETR3; PETR4) e do Bradesco (BBDC3; BBDC4), após o fechamento do pregão.

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