Em cenário de incerteza, Verde Asset vê prêmio na Bolsa e nos juros reais e quer aumentar risco “aos poucos”

Em agosto, o fundo Verde FIC FIM teve ganhos de 0,33%, abaixo da variação do CDI, de 0,42%

Mariana Zonta d'Ávila

Luis Stuhlberger (Crédito: divulgação)

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SÃO PAULO – Diante da queda dos mercados de capitais no último mês e de um sentimento de maior aversão ao risco no mercado brasileiro, com crise hídrica, pressão inflacionária, além de ruídos fiscais e políticos, os investidores talvez se questionem: o momento é de ampliar a exposição ao risco, aumentando as posições otimistas em meio às quedas recentes, ou de adotar uma estratégia mais defensiva, diante das grandes incertezas?

Na avaliação da renomada gestora Verde Asset, há prêmio suficiente no mercado acionário e na parte intermediária da curva de juro real (acima da inflação) para manter as posições atuais e incrementar, aos poucos, o risco do portfólio.

“Em outras palavras, o mercado está mais barato, mas não estupidamente barato (se vai chegar nesse nível é talvez a pergunta mais relevante)”, escreve a gestora.

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Em carta aos cotistas referente ao desempenho do fundo multimercado Verde FIC FIM em agosto, a gestora de Luis Stuhlberger reforçou o ambiente mais nebuloso na cena doméstica, que tende a se intensificar ainda mais em 2022, por se tratar de um ano eleitoral.

“O cenário local continua com doses altíssimas de incerteza. O governo estimula as chamas de uma crise institucional, que leva à corrosão dos pilares do equilíbrio fiscal, num contexto macroeconômico de complexidade acima do normal: pior ano de chuvas nas séries históricas, geadas em partes do país e problemas globais com cadeias de suprimento”, escreve a Verde.

Mesmo assim, a gestora segue vendo boas oportunidades na Bolsa e em títulos de renda fixa atrelados à inflação.

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Enquanto as perspectivas são positivas para o mercado acionário local, pelo menos no curto prazo, diante da reabertura econômica pós-Covid, quando analisada a taxa de desconto (ou do valuation), a Verde vê uma alta muito forte das taxas de juros na curva, “estimulada por inflação persistente e maior risco fiscal, com os constantes ataques ao teto dos gastos”.

“Nessa disputa, a taxa de desconto tem ganhado e, por isso, o mercado acionário brasileiro se encontra em queda no ano”, avalia.

No mercado de renda fixa, a Verde destaca a queda da ordem de 7% do IMA-B 5+ (índice de taxas de juros reais de longo prazo) no ano, e as taxas dos títulos Tesouro IPCA+ intermediários em torno de 4,5% – o que considera “um nível já bastante alto”.

“Apesar dos desafios da alta da inflação e da pressão sobre o Banco Central, difícil acreditar que esse nível de juro real é sustentável nos próximos anos. Ou a inflação vai ser mais alta ou o nominal vai ser mais baixo”, escreve a casa.

Em agosto, o fundo Verde FIC FIM, carro-chefe da casa, teve ganhos de 0,33%, abaixo da variação do CDI, que ficou em 0,42%, No acumulado do ano, o fundo também rende abaixo do benchmark, com ganhos de 1,62%, contra variação de 2,06% do CDI.

No período, o fundo teve ganhos nas posições tomadas em juros nos mercados desenvolvidos e perdas das posições no Brasil, particularmente em ações, mas também no juro real e na moeda.

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