Um levantamento feito pelo Itaú BBA com 46 investidores institucionais brasileiros mostra que 52,2% têm uma visão positiva sobre o mercado de ações brasileiro para os próximos três meses, enquanto apenas 6,5% apresentam uma visão negativa e 41,3% estão neutros.
Já em relação ao mercado acionário dos Estados Unidos, 70,5% dos investidores estão pessimistas ou com uma visão negativa. O número de otimistas se reduziu apenas a 4,5% dos entrevistados.
A pesquisa ocorreu de 24 de agosto a 1 de setembro. Entre os 46 entrevistados, 56,5% são gestores de fundos e 43,5% são analistas setoriais.
Entre os setores preferidos dos investidores consultados no mercado estão utilities (empresas de serviços públicos, como energia elétrica e saneamento), com 67,4% dos votos; bens de consumo e varejo (58,7%); grandes bancos (56,5%); saúde (41,3%); e transporte e logística (37%).
A ação preferida dos agentes de mercado é a Eletrobras (ELET3;ELET6), apontada por 34,8% dos investidores. Ainda entre as três top picks estão o Itaú (ITUB3; ITUB4), com 19,6%, e a Localiza (RENT3), com 17,4% dos votos.
A lista de principais escolhas também inclui Petrobras (13%), Sabesp (8,7%), BTG (8,7), Rumo (8,7%) e Eneva (8,7%).
Já os setores apontados com desempenho abaixo do esperado foram mineração e siderurgia (73,9%), construtoras (65,2%), educação (56,5%), papel e celulose (52,2%) e telecomunicações (50%).
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Visão sobre o Brasil
Em relação aos principais fatores observados nas empresas que contribuem com o otimismo para o mercado brasileiro, os investidores citaram forte geração de fluxo de caixa (50%), expectativas de revisões dos lucros (43,5%) e valuation (avaliação) atrativo se considerada a média histórica (43,5%).
Já os fatores menos relevantes na avaliação foram: portfólio defensivo (15,2%), dividend yield elevado (13%) e forte crescimento (6,5%).
Entre os fatores que devem afetar o mercado brasileiro nos próximos três meses os investidores destacaram inflação global (50%), curva de juros global (45,7%) e eleições (45,7%).
A lista inclui em menor proporção curva de juros brasileira (43,5%), preço das commodities (23,9%), inflação local (21,7%) e perspectivas fiscais e políticas de crédito (17,4%).
E os Estados Unidos?
Já para os Estados Unidos e outros mercados internacionais, a perspectiva é negativa, o que se reflete também na alocação dos agentes de mercado consultados.
Entre os entrevistados, 65,8% apontaram que têm entre zero e 5% do patrimônio gerido investido em empresas estrangeiras. Já 15,8% têm entre 5% e 10% alocado no exterior. Apenas 7,9% dos entrevistados têm uma posição que supera os 25%.
Boa parte dos entrevistados (45,2%) apontou ter uma posição em caixa de até 5%, enquanto 21,4% dos investidores manifestaram ter entre 5% e 10%. Apenas 14,3%, tem mais de 25% dos recursos geridos alocados em caixa.
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Commodities com melhores perspectivas
Consultados sobre as commodities que devem ter bom desempenho nos próximos três meses, a principal escolha foi petróleo e derivados, apontado por 65,9% dos entrevistados. Destaque também para as chamadas soft commodities (produtos agrícolas ou pecuários) com 22,7% da preferência.
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