El Salvador começa a minerar Bitcoin com energia de vulcão

Após surpreender com títulos da dívida, país abre portas da primeira instalação de mineração de BTC, com nome de "Lava Pool"

Lucas Gabriel Marins

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El Salvador, o primeiro país do mundo a transformar o Bitcoin (BTC) em moeda de curso legal, vai começar a minerar (produzir) a maior criptomoeda do mundo a partir da energia geotérmica de vulcões.

Nesta semana, a Volcano Energy, uma empresa público-privada do país, anunciou a primeira instalação de mineração da nação, que recebeu o nome de Lava Pool. O projeto será tocado em parceria com a Luxor Technology Corporation.

“A Lava Pool é outro exemplo da vantagem de El Salvador ser pioneiro como estado-nação no ecossistema Bitcoin”, disse o CSO da Volcano Energy, Gerson Martinez, em comunicado divulgado à imprensa, citando que 23% da receita líquida do projeto vai para o governo salvadorenho.

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“Nossa visão é criar uma empresa verticalmente integrada de energia e mineração de BTC cujo valor seja agregador para os investidores e para todos os cidadãos salvadorenhos”.

Em junho deste ano, a Volcano disse que captou US$ 1 bilhão para a instalação do projeto. Na época, a empresa informou que o objetivo é construir um parque com capacidade de geração de energia estimado em 241 MW.

O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, falava sobre a intenção de usar a energia dessas estruturas geológicas desde 2021, ano em que transformou o BTC em moeda legal ao lado do dólar. O país com pouco mais de 21.000 km² tem alguns vulcões ativos.

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Nesses dois anos desde a adoção do BTC, o governo da nação não foi capaz de convencer a população a usar o ativo digital – só 1,3% dos cidadãos usa o ativo para remessa internacional. Parte da recusa se deve à usabilidade da criptomoeda, que ainda é complexa para as pessoas.

Apesar das dificuldades com o Bitcoin e das críticas que recebeu de órgãos internacionais, El Salvador surpreendeu o mundo em agosto ao entregar títulos soberanos com retornos de 70% — os melhores entre os bonds em dólar dos mercados emergentes em 2023.

Lucas Gabriel Marins

Jornalista colaborador do InfoMoney