Efeito ETF de Bitcoin: El Salvador lucra US$ 12 milhões após disparada da criptomoeda

O país adquiriu pouco mais de 2.500 unidades do ativo digital entre 2021 e 2022,

Lucas Gabriel Marins

Nayib Bukele, presidente de El Salvador (Bloomberg)

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O iminente lançamento de um ETF (fundo de índice) à vista de Bitcoin (BTC) nos Estados Unidos, que pode ocorrer ainda nesta semana, fez El Salvador sair definitivamente do vermelho com seu portfólio de investimento na criptomoeda.

De acordo a plataforma “Nayib Bukele Portfolio Tracker”, que rastreia os aportes feitos pela pequena nação da América Central no criptoativo, a carteira do governo registra nesta terça-feira (9) US$ 12,6 milhões em lucros não realizados.

Primeiro país do mundo a adotar o BTC como moeda de curso legal, El Salvador adquiriu pouco mais de 2.500 unidades do ativo digital entre 2021 e 2022, a um preço médio de US$ 42.400.

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Fonte: Nayib Bukele Portfolio Tracker

Nos 12 últimos meses, a criptomoeda disparou 170% puxada pela expectativa pela aprovação do fundo de índice à vista nos EUA, e alcançou US$ 47 mil na tarde da segunda-feira (8), elevando os ganhos do país.

A nação, que ficou dois anos vermelho por causa da queda de preço do BTC, começou a obter lucro com o investimento em dezembro de 2023. Naquele mês, o presidente Nayib Bukele, que deixou o cargo para concorrer às eleições deste ano, disse que, apesar da alta, não venderia a moeda digital.

“É claro que não temos intenção de vender; esse nunca foi nosso objetivo. Temos plena consciência de que o preço continuará a flutuar no futuro, o que não afeta a nossa estratégia de longo prazo”, falou na época.

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Por causa da aproximação com o Bitcoin, El Salvador foi duramente criticado por órgãos internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), e teve o rating da dívida cortado para “CC”.

Apesar do embate com os órgãos, o país surpreendeu ao pagar dívidas emitidas que entregaram no ano passado retornos de 70%, os maiores entre títulos soberanos emergentes. Por outro lado, Bukele ainda não conseguiu convencer a população a adotar a criptomoeda, conhecida por sua volatilidade.

Lucas Gabriel Marins

Jornalista colaborador do InfoMoney