Dividendos globais batem recorde em 2021 e devem alcançar US$ 1,52 trilhão em 2022, estima Janus Henderson

Crescimento será de 3,1% este ano; BHP foi a maior pagadora do mundo no ano passado e Brasil registrou crescimento

Katherine Rivas

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O pagamento de dividendos global teve uma forte recuperação em 2021. A crescimento foi de 16,8%, impulsionado por distribuições recordes, totalizando US$ 1,47 trilhão no ano passado.

O dado é da gestora Janus Henderson que publica um levantamento trimestral com base nas 1.200 maiores empresas em valor de mercado. Destas, 367 estão nos Estados Unidos.

Segundo a pesquisa, a recuperação foi impulsionada pelos setores de mineração e bancos. A BHP se tornou a maior pagadora de dividendos do mundo.

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No entanto, para 2022 o cenário é incerto e, dado o movimento das commodities, o setor de mineração pode não repetir o nível recorde de pagamentos vistos em 2021.

A pesquisa também destaca que um quarto do crescimento de dividendos no ano passado veio de nove empresas. Oito eram bancos ou mineradoras.

Em termos geográficos, o destaque foi de Austrália e Reino Unido – responsáveis por um terço do aumento na distribuição global de dividendos. Países como Brasil, China e Suécia também registraram fortes recuperações em comparação com 2020. Os Estados Unidos atingiram um novo recorde de distribuição, chegando a US$ 522,7 bilhões.

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Recorde dos EUA

A Microsoft foi a que mais distribuiu dividendos nos Estados Unidos. A empresa pagou US$ 17,3 bilhões no ano passado. Contudo, as ações tiveram um retorno de apenas 0,8% para o acionista.

Na segunda posição em dividendos pagos estava a empresa de telecomunicações AT&T, que distribuiu US$ 14,8 bilhões. A companhia remunerou seus acionistas mesmo após anúncio de que não haveria pagamento por causa da cisão com WarnerMedia.

Na terceira, quarta e quinta posição entre as maiores pagadoras dos EUA estão Exxon Mobil, Apple e JP Morgan Chase, com distribuições de dividendos de US$ 14,8 bilhões, US$ 14,4 bilhões e US$ 11,1 bilhões, respectivamente.

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O relatório destaca que companhias como Walt Disney e Boeing suspenderam o pagamento de dividendos, porém os EUA tiveram um desempenho melhor em 2020 do que no Reino Unido, Europa continental e outras regiões. Desta forma, não existiu recuperação em 2021 porque não houve queda em 2020.

Matt Peron, diretor de pesquisa da Janus Henderson, apontou que os dividendos dos EUA cresceram todo ano nos últimos onze anos, exceto durante a pandemia. Ao mesmo tempo as recompras de ações atingiram novos recordes.

“Esperamos que os dividendos e as recompras continuem crescendo este ano com as empresas buscando devolver excesso de capital”, apontou em nota. Segundo Peron, isso deve criar oportunidades para investidores de longo prazo que buscam equilíbrio entre renda e ganho de capital.

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Previsão para 2022

Em 2022, a gestora espera que o crescimento dos dividendos acelere nos Estados Unidos, com um aumento de 7,5% e um recorde de US$ 562 bilhões.

No entanto, o rendimento das ações norte-americanas deve ser 1,3% inferior do que outros países desenvolvidos. Este retorno também será inferior à média de longo prazo de 2%.

Segundo a pesquisa, além das recompras de ações esse baixo rendimento está relacionado a valorização elevada das empresas e mix setorial.

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No cenário global, a projeção da Janus Henderson é que os dividendos globais cheguem a US$ 1,52 trilhão neste ano. Um aumento de 3,1% nas distribuições pelas empresas.

Katherine Rivas

Repórter de investimentos no InfoMoney, acompanha ETFs, BDRs, dividendos e previdência privada.