Dividendos de FIIs: fundo de escritório é o maior pagador em janeiro marcado por rendimentos extraordinários

O FII AIEC11 fechou janeiro com um dividend yield de 1,94%; o RZAK11 é o maior pagador nos últimos 12 meses, com taxa de 19%

Wellington Carvalho

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O fundo imobiliário do segmento de escritório Autonomy Edifícios Corporativos (AIEC11) fechará o primeiro mês de 2023 com o maior dividend yield (taxa de retorno com dividendos) entre os principais FIIs da Bolsa. O percentual ficou em 1,94%.

Os dados são da Economatica, plataforma de informações financeiras, e tomam como base os 111 fundos imobiliários que compõem o Ifix – índice que reúne os FIIs mais líquidos da B3.

Todas as carteiras já anunciaram as distribuições de dividendos previstas para este mês. A última foi o BTG Pactual Terras Agrícolas (BTRA11), que pagará R$ 0,87 por cota no dia 31.

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Entre os fundos monitorados, 48 tiveram em janeiro dividend yield acima de 1% no mês. O número é superior aos 38 registrados em dezembro.

No início do mês, o Autonomy Edifícios Corporativos (AIEC11) distribuiu R$ 1,32 por cota, equivalente a um retorno mensal de 1,94%. O percentual é o maior para o mês, de acordo com os dados da Economatica.

Confira a lista dos dez maiores pagadores de janeiro:

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Ticker Fundo Setor Retorno com dividendos – janeiro (%)*
AIEC11 Autonomy Edifícios Lajes Corporativas 1,94
HGRU11 CSHG Renda Urbana Renda Urbana 1,66
RZAK11 Riza Akin Títulos e Val. Mob. 1,45
CACR11 Cartesia Recebíveis Imobiliários Títulos e Val. Mob. 1,44
ARRI11 Átrio Reit Recebíveis Títulos e Val. Mob. 1,42
HGLG11 CSHG Logística Logística 1,36
HABT11 Habtat II Títulos e Val. Mob. 1,32
MCCI11 Mauá Capital Títulos e Val. Mob. 1,31
OUJP11 Ourinvest JPP Títulos e Val. Mob. 1,28
CVBI11 VBI CRI Títulos e Val. Mob. 1,27

Fonte: Economatica

O Riza Akin (RZAK11), que o foi o destaque da lista dos maiores pagadores de dezembro, depositou este mês R$ 1,40 por cota, equivalente a um retorno mensal com dividendos de 1,45% – contra 1,54% do mês anterior. O fundo se mantém no topo da lista dos maiores pagadores dos últimos 12 meses (veja mais abaixo).

O Brazilian Graveyard And Death Care (CARE11) segue como único FII do Ifix que não têm distribuído dividendos. Primeiro fundo do segmento de cemitérios, a carteira chegou a ficar cinco anos sem pagar proventos, até julho de 2020, após a venda de um dos ativos do portfólio. O último repasse da carteira ocorreu em setembro de 2021.

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Rendimentos extraordinários marcam mês de janeiro

Em janeiro, 40 fundos imobiliários pagaram mais dividendos do que o montante repassado no mês anterior, aponta estudo InfoMoney que também toma como base os 111 FIIs do Ifix. Os rendimentos são referentes às operações de dezembro, mês tradicionalmente marcado por acréscimo no repasse de recursos aos cotistas.

As justificativas para o aumento nos dividendos podem ser diversas e vão desde o repasse do reajuste nos contratos de locação até a sazonalidade operacional das carteiras. Os fundos de shopping, por exemplo, recebem uma parcela nas vendas das lojas – e consequentemente acabam elevando as receitas em períodos de aquecimento do consumo, como é o caso do final de ano.

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Mas o principal fator para o salto dos dividendos em dezembro é mesmo o repasse de rendimentos acumulados e não distribuídos até então. Pela lei, um fundo imobiliário é obrigado a pagar pelo menos 95% do lucro obtido a cada semestre aos seus cotistas – embora boa parte das carteiras opte pelo repasse parcial destes ganhos a cada mês. A parte retida no período costuma ser depositada exatamente no final de cada semestre.

Gestores reforçam que o aumento dos dividendos na virada do semestre é extraordinário, ou seja, após o período, o rendimento repassado tende a voltar para o patamar observado nos meses anteriores.

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Autonomy Edifícios Corporativos, o maior dividend yield de janeiro entre os FIIs

No dia 29 de dezembro de 2022, o Autonomy Edifícios Corporativos anunciou que pagaria este mês R$ 1,32 por cota aos mais de 11 mil investidores, montante acima do patamar de R$ 0,75 observado nos últimos meses – como mostra a página do fundo no InfoMoney.

Fonte: InfoMoney

O acréscimo, explica o fundo, também é resultado de receitas não recorrentes. De acordo com a gestão, o aumento ocorreu graças ao pagamento antecipado do aluguel do imóvel Rochaverá Torre D, em São Paulo (SP).

Mais do que o dividendo extraordinário pago este mês, o AIEC11 sinaliza que o próximo repasse será ajustado com a antecipação de receitas do mês passado.

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“Importante destacar que a distribuição deste mês [referente às receitas de dezembro] antecipou parte da receita de janeiro, que consequentemente impactará [reduzirá] a distribuição de dividendos de fevereiro [e referente às receitas de janeiro]”, explica o relatório gerencial do fundo.

O portfólio da carteira é composto por dois imóveis localizados na capital paulista e no Rio de Janeiro (RJ). Juntos, os edifícios somam uma área bruta locável (ABL) de quase 23 mil metros quadrados. A vacância dos espaços está zerada.

Em 12 meses, o dividend yield do Autonomy Edifícios Corporativos está em 12,53%.

FIIs que mais pagaram dividendos nos últimos 12 meses

No acumulado dos últimos 12 meses, o Riza Akin (RZAK11) segue como dono do melhor dividend yield entre os fundos imobiliários do Ifix. No período, a carteira ostenta uma taxa de retorno com dividendos de 19,02%. Na sequência, aparecem o NCH High Yield (NCHB11) e o Ourinvest JPP (OUJP11) – fundo mais rentável de 2022 –, com taxas de 16,79% e 16,70%, respectivamente. Confira a lista completa:

Ticker Fundo Setor Retorno com dividendos – 12 meses (%)*
RZAK11 Riza Akin Títulos e Val. Mob. 19,02
NCHB11 NCH High Yield Títulos e Val. Mob. 16,79
OUJP11 Ourinvest JPP Títulos e Val. Mob. 16,70
CACR11 Cartesia Recebíveis Imobiliários Títulos e Val. Mob. 16,52
RBHG11 Rio Bravo Crédito Imobiliário Títulos e Val. Mob. 15,88
ARRI11 Átrio Reit Recebíveis Títulos e Val. Mob. 15,50
MORC11 More Recebíveis Imobiliários Títulos e Val. Mob. 15,50
PORD11 Polo Recebíveis Títulos e Val. Mob. 15,48
URPR11 Urca Prime Renda Títulos e Val. Mob. 15,04
VGIR11 Valora RE Títulos e Val. Mob. 14,91

Fonte: Economatica  – 24/01/2023

Com patrimônio de R$ 446 milhões, o Riza Akin (RZAK11) investe predominantemente em certificados de recebíveis imobiliários (CRI), que respondem atualmente por 74,2% da carteira.

Atualmente, 59% dos títulos estão indexados à taxa do CDI (certificado de depósito interbancário) e 38,7% ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA, conforme aponta relatório gerencial do fundo divulgado na semana passada.

Fonte: FII RZAK11

No relatório gerencial, a equipe de gestão do Riza Akin manifesta visão positiva para uma maior alocação em títulos indexados à taxa do CDI, que acompanha a taxa básica de juros da economia, a Selic, atualmente em 13,75%.

Em janeiro, o fundo depositou R$ 1,40 por cota, equivalente a um retorno mensal de 1,45%, percentual abaixo apenas do apresentado pelo Autonomy Edifícios Corporativos (AIEC11) e pelo CSHG Renda Urbana (HGRU11).

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Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.