Distribuição global de dividendos deve cair no mínimo 17% em 2020, prevê Janus Henderson

Com a economia mundial enfraquecida pela pandemia, retomada de pagamentos só será possível a partir do fim do primeiro trimestre de 2021, segundo a gestora

Mariana Zonta d'Ávila

(Getty Images)

SÃO PAULO – Com as companhias ao redor do mundo sob forte impacto da pandemia de coronavírus, 2020 será o pior ano para os dividendos desde a última grande crise financeira mundial, iniciada em 2007. A avaliação é da gestora britânica Janus Henderson, responsável por cerca de US$ 340 bilhões em ativos sob gestão.

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Divulgado nesta semana, o estudo “Global Dividend Index”, que mapeia as tendências de dividendos no mundo, mostrou que os pagamentos de proventos recuaram 22% no segundo trimestre na comparação com igual período de 2019, para US$ 382,2 bilhões – a pior queda desde o início da pesquisa, em 2009.

De acordo com o estudo, que tem como data base 30 de junho, todas as regiões registraram queda nos pagamentos com exceção da América do Norte, com os números impulsionados pelas empresas canadenses.

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No grupo de emergentes, os dividendos recuaram 13% entre os meses de abril e junho deste ano. O pior desempenho, por sua vez, partiu da Europa, com queda de 45%, e do Reino Unido, com corte de 54% nos proventos.

Quando os dados são analisados por segmentos, as companhias dos setores de saúde e comunicação se mostraram mais resistentes às reduções de dividendos, enquanto a queda dos proventos em financeiras e consumo discricionário foi expressiva.

De acordo com a Janus, no cenário mais otimista, os dividendos globais devem cair 17% este ano, para US$ 1,18 trilhão. Já no pior cenário, a expectativa é de queda de 23%, para US$ 1,1 trilhão.

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O que irá determinar o resultado, segundo a gestora, será o desempenho dos dividendos nos Estados Unidos e no Canadá a partir do quarto trimestre deste ano.

“Até o momento, as evidências sugerem que os cortes na América do Norte serão menos severos que na Europa, no Reino Unido e na Austrália, graças às menores taxas de pagamento e à capacidade das empresas de absorver grande parte do impacto da crise reduzindo ou adiando recompras de ações”, escreve a asset, em relatório.

Independentemente do cenário, dado que a economia global ainda está enfraquecida pela pandemia, uma possível retomada só será possível a partir do fim do primeiro trimestre de 2021, segundo a gestora.

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