Diferença entre queda nas cotas e impacto real da Covid em shoppings pode ser oportunidade em FIIs do setor

Empresários de shoppings garantem ter feito a "lição de casa" na pandemia e gestores enxergam assimetria no setor

Ricardo Bomfim

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SÃO PAULO – Principais alvos de vendas durante o auge do pânico por conta da crise do coronavírus, os fundos imobiliários de shoppings oferecem agora boas oportunidades ao investidor que quiser capturar a retomada da economia.

Essa foi a avaliação de Leandro Bousquet, head de investimentos imobiliários da Vinci Partners no painel as estratégias dos shoppings para o pós-crise do FII Summit realizado na quarta-feira (23). Confira a programação completa e se inscreva para os próximos painéis aqui.

Segundo Bousquet, apesar do impacto da pandemia no mercado de shoppings ter sido brutal principalmente por conta do fechamento de todos os centros de compra entre março e abril, essa crise tem características mais positivas do que outras que o setor enfrentou recentemente.

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“É uma dinâmica diferente, pois foi uma paralisação aguda e concentrada em um determinado período, mas daqui para frente a cada mês que passar o lojista terá um faturamento maior. A confiança dos vendedores está aumentando diferente do que ocorreu nas crises de 2008 e 2015, quando o lojista achava que ia vender menos ao final de cada mês”, argumenta.

Bousquet conta que as cotas de FIIs baseados em shoppings VISC11 caíram 23% desde o início da crise, enquanto os FIIs de outros setores, como o de galpões logísticos (beneficiados pela disparada do varejo online), já sobem 3%.

“Fizemos uma reavaliação do nosso fundo VISC11 e tivemos uma redução de 4,5% no valor patrimonial dos ativos, enquanto a cota caiu mais de 15%. Essa assimetria gera boas oportunidades no setor”, avalia.

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Thiago Alonso, CEO da JHSF, ressalta que os protocolos de segurança ainda limitam o uso do shopping como opção de lazer, algo que vinha sendo o grande diferencial do setor no mercado brasileiro. No entanto, ele diz que o comércio e as praças de alimentação estão, aos poucos, voltando à normalidade.

De acordo com o gestor, seu modelo indica um crescimento semanal de fluxo nos shoppings de quase 30%, com a maior taxa de recuperação concentrada nos centros das regiões Norte e Nordeste, que foram beneficiados pelos programas sociais do governo como o Auxílio Emergencial.

“O coronavoucher já representa 5% do [Produto Interno Bruto] do Nordeste. O impacto dele nessas regiões é muito maior do que no Sudeste e no Sul, que possuem maior atividade econômica.”

5 anos em 5 meses

Thiago Alonso, CEO da JHSF, destacou que uma das formas como a companhia conseguiu resistir ao coronavírus foi entender que o momento dos lojistas era delicado e renegociar acordos para que os custos das lojas fossem muito mais voltados ao aluguel variável do que ao fixo.

“O empreendedor proprietário do shopping também teve que fazer a sua cota de sacrifício. Olhamos o que poderia ser racionalizado e conseguimos colher uma taxa de adimplência bastante alta, de modo que a nossa estratégia se pagou tanto no negócio como no relacionamento de longo prazo entre empreendedor e lojistas”, assegura.

Já Sérgio Koffes, COO da Gazit, revelou que sua estratégia nesses cinco meses de muita dificuldade foi investir na digitalização da empresa.

“Jogamos nosso plano de expansão um ano e meio para frente e focamos na digitalização e em parcerias com plataformas de e-commerce para entregar um online o mais rápido possível. A pandemia nos obrigou a nos reinventarmos e o que planejávamos fazer em um prazo de três a cinco anos acabamos fazendo em cinco meses”

Koffes garante que a retomada até agora tem sido muito maior do que se esperava. “Estamos otimistas principalmente com os próximos dois ou três semestres. No segundo semestre do ano que vem já devemos estar de volta aos patamares pré-crise”, projeta.

2ª onda assusta menos

Alonso comenta que a expansão da JHSF segue firme e que os planos envolvem um novo shopping na esquina da Avenida Faria Lima com a Leopoldo Couto de Magalhães Jr. em São Paulo, um no Real Parque, também na capital paulista, e outro perto da Fazenda Boa Vista.

“Temos os terrenos e a companhia se capitalizou em R$ 1 bilhão. Nossos shoppings estão sem problemas de vacância e inadimplência, então não há razão para sermos pessimistas.”

Alonso aponta que houve um período em que os shoppings foram completamente fechados no começo da pandemia até que fossem adotados os protocolos de segurança para minimizar o contágio nesses ambientes. Assim, em uma possível segunda onda não haveria necessidade de uma nova paralisação total.

“Esperamos que não haja segunda onda, mas se houver as aglomerações poderão ser evitadas sem o fechamento dos shoppings. Uma segunda paralisação seria uma decisão exagerada do poder público”, defende.

Terceiro dia vem aí

FII Summit, maior evento de fundos imobiliários do país, continua nesta quinta-feira (24), a partir das 18h. Já se inscreveu? Clique aqui.

O primeiro painel conta com Efraim Horn, co-presidente da Cyrela, Meyer Joseph Nigri, fundador e presidente do conselho da Tecnisa, e Rubens Menin, fundador e presidente do conselho da MRV, que vão debater as tendências para o mercado residencial.

O segundo painel do evento, às 19h, vai tratar do tema ESG no mercado imobiliário, com David Ariaz, CFO e COO da HSI, Vitor Bidetti, CEO da Integral Brei, e Ken Wainer, sócio-fundador da VBI.

Na sequência, às 19h40, Mauro Oliveira Dias, presidente da GLP Brasil, Pedro Carraz, sócio da XP, e Giancarlo Nicastro, CEO da SiiLA, se reúnem para discurtir o bom momento dos fundos de logística.

O dia termina com o tema “como montar uma carteira de fundos imobiliários”, com os palestrantes Raul Grego, analista de fundos imobiliários da Eleven, Renan Manda, head de análise de fundos imobiliários da XP, e Alessandro Vedrossi, sócio responsável pela área imobiliária da Valora Investimentos.

Conheça as melhores análises e oportunidades em Fundos Imobiliários: participe do FII Summit, entre 22 e 24 de setembro – online e gratuito!

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.